Mas na minha volta, coincidentemente, retorno a um assunto parecido com o último que abordei: o momento de baixa do Atlético. Ontem, o presidente Alexandre Kalil pediu para falar na Rádio Itatiaia e defender o time das críticas após a derrota para o Flamengo por 4 a 1.
A entrevista não teve nada de mais. Aliás, teve de menos. Cheia de contradições e falta de explicações para a torcida. Dá a impressão de que o Kalil fala do Atlético como se fosse o Barcelona, onde quase nada dá errado.
Questionado sobre a contratação de um atacante, o dirigente alvinegro, sem querer, depreciou os jogadores das categorias de base do clube: “Se for para contratar 'muxiba', eu busco lá nas categorias de base. É melhor apostar em um menino de 17 anos que ninguém conhece”.
Então, podemos dizer que a regra vale também para outros setores do time. O que dizer das contratações de Diego Macedo, Rafael Cruz, Ricardo Bueno, Pedro Benítez, Jairo Campos, Marcelo, Fábio Costa, Carini e Aranha. Não havia jogadores na base melhores do que eles? No gol o clube achou o "muxiba" Renan Ribeiro. E na lateral direita? Garanto que o garoto Roger era melhor que Rafael Cruz e Diego Macedo.
Kalil disse que “contratou o Richarlyson no auge”. Se o volante estivesse no melhor momento da carreira, o São Paulo renovaria seu o contrato.
Um ouvinte perguntou por que o Atlético não ganhou nenhum título de expressão na atual gestão, já que Kalil pediu para a torcida não colocar em suas costas o peso de 40 anos sem conquistas (o que concordo). O presidente, porém, simplesmente respondeu: “Os títulos até agora não vieram porque não vieram”.
Kalil foi questionado por outro ouvinte sobre as vendas de Obina e Tardelli. Ele disse que o clube tem que vender mesmo e que o torcedor atleticano não está acostumado. Porém, Kalil o clube tem que vender, mas, ao mesmo tempo, investir o dinheiro da maneira certa.
Diego Tardelli foi vendido e o clube recebeu 5 milhões de euros. Guilherme foi comprado por 6 milhões de euros. Déficit de 1 milhão de euros, sem falar na perda de qualidade técnica. Não que o Guilherme seja fraco, mas o Tardelli é superior, então não se justifica a venda, a não ser que pesou o lado do atleta (o que não foi citado pelo presidente. Ele apenas falou pelo lado do clube).
Mesmo com erros na gestão, Kalil ainda segue prestigiado junto à torcida (foto: GloboEsporte.com) |
De acordo com o site GloboEsporte.com, o Atlético recebeu pelo Diego Souza cerca de 4,5 milhões de reais (o clube havia investido 7 milhões de reais na contratação) e permaneceu com 17% dos direitos econômicos do jogador. Desde então o clube contratou para a posição Dudu Cearense, que não é um meia técnico, e Caio, que é muito limitado. Este é o retorno que o Atlético recebe com a venda de dois jogadores diferenciados?
Por fim, Kalil afirmou categoricamente que o Atlético está preparado para ganhar títulos: “Não sei se será na minha gestão. Pode ser que seja em outra, mas o Atlético está pronto para ser campeão”. Isso não lembra as declarações de Luxemburgo ano passado? E o torcedor também se lembra no que deu.