terça-feira, 9 de abril de 2013

Em busca da redenção no Atlético, Guilherme participou de apenas 50% dos jogos desde 2011


Contratado como presente de aniversário do Atlético em 2011, o atacante Guilherme chegou como a contratação mais cara da história do clube alvinegro, custando € 6 milhões, cerca de R$ 14 milhões na época. Uma série de contusões, porém, atrapalharam o rendimento do jogador, que deseja dar a volta por cima nesta temporada trilhando um caminho de sucesso no Galo.

Mas para melhorar o desempenho e compensar o dinheiro que foi investido pelo clube, Guilherme vai precisar aumentar sua presença em campo. No período de 25 de março de 2011 – quando foi contratado – até hoje, o atacante atuou em 50% das partidas disputadas pelo Atlético.

Durante estes dois anos, enquanto a equipe alvinegra realizou 120 jogos, Guilherme esteve em campo apenas 60 vezes. A média do atacante é de um jogo fora a cada dois disputados pela equipe.

Por ter entrado em um menor número de partidas, a média de gols do jogador atleticano também fica bem abaixo dos seus tempos de Cruzeiro. Desde que chegou ao Atlético, Guilherme marcou 11 gols, uma média de 0,18 por jogo. Nas temporadas 2007/08, no time celeste, o atleta anotou 36 vezes em 80 confrontos (média de 0,45 gol/partida).

No ano em que foi contratado, o jogador lutou para reencontrar a melhor forma física, sofreu seguidas lesões e, por isso, esteve presente em apenas 15 jogos, marcando dois gols. No ano seguinte, quando conseguiu se livrar do departamento médico, Guilherme aumentou sua presença em campo e pôde colaborar mais com a equipe, atuando em 40 jogos, sendo 25 como titular, e marcando oito gols.

Desde quando foi contratado, Guilherme atuou em 50% dos
jogos do Atlético (Foto: Bruno Cantini/Divulgação Atlético)
Mesmo tendo participado de mais confrontos em 2012, o atacante não rendeu o esperado e a única partida lembrada pela torcida como uma boa atuação foi no segundo jogo da final do Campeonato Mineiro, na vitória por 3 a 0 em cima do América, que deu o título ao Galo.

No início desta temporada, uma lesão o atrapalhou novamente, desta vez na panturrilha esquerda, e Guilherme perdeu dois primeiros meses. Recuperado, o jogador voltou e esteve presente em cinco das 14 partidas do time no ano, anotando um gol, que abriu o caminho da vitória sobre o Nacional, pelo Estadual. Após o jogo, Guilherme declarou o desejo de deslanchar este ano.

“É o tipo de coisa que traz muita confiança. Sei que a disputa promete ser acirrada, mas me dedicarei ao máximo para conquistar o meu lugarzinho no time. Fico feliz por ter ido bem novamente, depois de sair aplaudido do jogo anterior”, comentou.

“Tudo o que eu quero é encontrar essa tranquilidade e poder ajudar meus companheiros. A fase do time é maravilhosa e quero aproveitar isso para render cada vez mais. Quando se está feliz e motivado, as coisas acontecem naturalmente”, acrescentou.

Números de Guilherme:

- Guilherme (2011): 15 partidas (das 49 disputadas pelo Atlético no ano desde que ele chegou) e marcou dois gols – atuou em 30,6% dos jogos

- Guilherme (2012): 40 jogos (dos 57 feitos pelo Atlético na temporada) e fez oito gols – esteve em 70,1% dos jogos

- Guilherme (2013): 5 partidas (das 14 do Atlético) e marcou um gol – presença em 35,7% dos jogos

- O atacante jogou 60 das 120 partidas que o Atlético fez desde que chegou ao clube e marcou 11 gols, média de 0,18 por partida.

- No Cruzeiro, em 2007, marcou 13 gols em 30 partidas (média de 0,43 gol/confronto).

- No Cruzeiro, em 2008, anotou 23 gols em 50 jogos (média de 0,46 gol/partida).

- Guilherme (2011): dos 15 jogos que participou, atuou como titular em 10 vezes e entrou no decorrer da partida por 5 oportunidades.

- Guilherme (2012): dos 40 jogos que esteve presente, entrou em 25 como titular e em outras 15 saindo do banco de reservas.

- Guilherme (2013): das 5 partidas que disputou, foi titular em 2 confrontos e saiu do banco de reservas outros 3 jogos.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Atlético tem segundo melhor aproveitamento em uma temporada nos últimos 10 anos


A campanha constante ao longo de 2012, fez o Atlético obter o segundo melhor aproveitamento em uma temporada, considerando o desempenho das grandes equipes do Brasil nos últimos dez anos. O time atleticano, comandado por Ronaldinho Gaúcho e Bernard, conseguiu 69% dos pontos disputados durante o ano de 2012, ficando atrás apenas da campanha do Cruzeiro, de Alex & Cia, campeão da Tríplice Coroa em 2003, que alcançou a incrível marca de 76,5% dos pontos disputados naquele ano.

Mas o ano não começou bem para o time alvinegro. Havia a desconfiança por parte da torcida, após a goleada sofrida para o Cruzeiro na última rodada do Brasileirão e a eliminação precoce na Copa do Brasil. Mas a temporada logo foi ganhando ares de sucesso com a conquista invicta do Campeonato Mineiro e, depois, com a performance ao longo do Nacional que quase rendeu o título à equipe de Cuca.

Nesta temporada, o Atlético disputou 57 jogos, obtendo 34 vitórias, 16 empates e apenas sete derrotas. A campanha do ano começou no Campeonato Mineiro. Foram 15 partidas, com 11 triunfos e 4 igualdades. A participação na Copa do Brasil foi desastrosa e o time foi eliminado nas oitavas de final. Foram apenas quatro partidas, com três resultados positivos e uma derrota. O vice-campeonato Brasileiro veio após 20 vitórias, 12 empates e seis derrotas, em 38 duelos.

Campeão Brasileiro de 2012, o Fluminense obteve 67,1% dos pontos na temporada, assim como o Grêmio. Os dois times, no entanto, jogaram mais partidas que o Atlético durante o ano. O Tricolor Carioca entrou em campo em 69 oportunidades, atuando pelo Campeonato Carioca, Copa Libertadores e Campeonato Brasileiro. Já o Tricolor Gaúcho jogou 74 partidas, contando as participações no Campeonato Gaúcho, Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro.

Desta forma, entre todos os clubes que figuram no topo da lista dos times com melhores aproveitamentos no período de 12 meses, o Atlético foi o que menos entrou em campo. Para se ter uma ideia, na campanha da Tríplice Coroa, o Cruzeiro realizou 71 partidas. O Coritiba de 2011 e o Internacional de 2006, que aparecem logo atrás da campanha do Atlético 2012, jogaram 72 vezes.

Já o time que alia o maior número de jogos e um dos melhores aproveitamentos na temporada, nos últimos dez anos, é o Santos de 2007, que fez 75 partidas e somou 67,5% dos pontos disputados.

Melhor aproveitamento do clube desde 1989

Há 22 anos o Atlético não tinha um desempenho como nesta temporada. Em 2012, o time não perdeu jogando como mandante, assim como em 1989. Naquele ano, o time também foi eliminado pelo Goiás na primeira edição da Copa do Brasil e sagrou-se Campeão Mineiro. No entanto, o aproveitamento do time de 1989 foi ligeiramente superior ao desta temporada. A equipe de Luizinho, Éder Lopes, Paulo Roberto Prestes, Éder Aleixo, Gérson e companhia conseguiu 69,1% dos pontos disputados em 54 jogos oficiais.

Time do Atlético, bicampeão Mineiro em 1989, que alcançou um
aproveitamento ligeiramente superior à equipe de 2012 (Foto: divulgação)

Fazendo-se uma retrospectiva das campanhas atleticanas desde 1971, o melhor aproveitamento em um ano aconteceu em 1977, quando o time liderado por Reinaldo, e que foi vice-campeão invicto, obteve 82,9% dos pontos disputados em 41 jogos oficiais. Foram 32 vitórias, 6 empates e apenas 3 derrotas no ano em que o clube disputou os dois jogos da final da Taça Governador do Estado do ano anterior, o Campeonato Mineiro e o Brasileiro.

Vale lembrar que naquela época, entre um campeonato e outro, era comum os clubes brasileiros disputarem muitos jogos que não valiam por nenhum torneio oficial. Assim, apenas em 1977, o Atlético realizou 36 amistosos, o que não entra neste levantamento. Em 1989, além dos 54 jogos oficiais, o time atleticano jogou mais 11 partidas amistosas.

Clubes com os melhores aproveitamentos na temporada inteira nos últimos dez anos (apenas jogos oficiais):

1º - Cruzeiro (2003): 71 jogos - 50V, 13E, 8D = (76,5% aproveitamento)
2º - Atlético (2012): 57 jogos - 34V, 16E, 7D = (69%)
3º - Coritiba (2011): 72 jogos - 45V, 12E, 15D = (68%)
4º - Internacional (2006): 72 jogos - 43V, 18E, 11D = (68%)
5º - Grêmio (2008): 60 jogos - 36V, 14E, 10D = (67,7%)
6º - Santos (2007): 75 jogos - 47V, 11E, 17D = (67,5%)
7º - Fluminense (2012): 69 jogos - 41V, 16E, 12D = (67,15%)
8º - São Paulo (2006): 73 jogos - 43V, 18E, 12D = (67,12%)
9º - Grêmio (2012): 74 jogos - 45V, 14E, 15D = (67,11%)

Desempenho do Atlético desde 1971. As melhores campanhas estão em destaque:

Ano 2011: 59 jogos - 26V, 9E, 24D = (49,1% aproveitamento)
Ano 2010: 68 jogos - 29V, 15E, 24D = (50%)
Ano 2009: 62 jogos - 31V, 14E, 17D = (57,5%)
Ano 2008: 62 jogos - 23V, 15E, 24D = (45,1%)
Ano 2007: 60 jogos - 27V, 15E, 18D = (53,3%)
Ano 2006: 58 jogos - 29V, 17E, 12D = (59,7%)
Ano 2005: 62 jogos - 23V, 12E, 27D = (43,5%)
Ano 2004: 69 jogos - 25V, 22E, 22D = (46,8%)
Ano 2003: 68 jogos - 34V, 19E, 15D = (59,3%)
Ano 2002: 61 jogos - 25V, 12E, 24D = (47,5%)
Ano 2001: 59 jogos - 31V, 12E, 16D = (59,3%)
Ano 2000: 72 jogos - 28V, 19E, 25D = (47,7%)
Ano 1999: 56 jogos - 28V, 11E, 17D = (56,5%)
Ano 1998: 57 jogos - 27V, 18E, 12D = (57,9%)
Ano 1997: 67 jogos - 35V, 18E, 14D = (61,2%)
Ano 1996: 67 jogos - 36V, 14E, 17D = (60,7%)
Ano 1995: 59 jogos - 34V, 13E, 12D = (64,9%)
Ano 1994: 56 jogos - 26V, 13E, 17D = (54,1%)
Ano 1993: 40 jogos - 14V, 8E, 18D = (41,6%)
Ano 1992: 53 jogos - 27V, 13E, 13D = (59,1%)
Ano 1991: 49 jogos - 22V, 19E, 8D = (57,8%)
Ano 1990: 62 jogos - 35V, 17E, 10D = (65,6%)
Ano 1989: 54 jogos - 34V, 10E, 10D = (69,1%)
Ano 1988: 53 jogos - 29V, 16E, 8D = (64,7%)
Ano 1987: 58 jogos - 25V, 24E, 9D = (56,9%)
Ano 1986: 55 jogos - 37V, 13E, 5D = (75,1%)
Ano 1985: 69 jogos - 35V, 25E, 9D = (62,8%)
Ano 1984: 53 jogos - 27V, 11E, 15D = (57,8%)
Ano 1983: 63 jogos - 39V, 16E, 8D = (70,3%)
Ano 1982: 57 jogos - 30V, 12E, 15D = (59,6%)
Ano 1981: 55 jogos - 26V, 19E, 10D = (58,7%)
Ano 1980: 42 jogos - 33V, 5E, 4D = (82,5%)
Ano 1979: 68 jogos - 38V, 21E, 9D = (66,1%)
Ano 1978: 63 jogos - 34V, 19E, 10D = (64%)
Ano 1977: 41 jogos - 32V, 6E, 3D = (82,9%)
Ano 1976: 59 jogos - 41V, 12E, 6D = (76,2%)
Ano 1975: 43 jogos - 21V, 16E, 6D = (61,2%)
Ano 1974: 61 jogos - 37V, 13E, 11D = (67,7%)
Ano 1973: 66 jogos - 28V, 19E, 19D = (52%)
Ano 1972: 69 jogos - 30V, 24E, 15D = (55%)
Ano 1971: 54 jogos - 27V, 17E, 10D = (60,5%)

Observação: Foram consideradas apenas as partidas oficiais disputadas em cada ano. Para o cálculo do aproveitamento, foram atribuídos três pontos pela vitória em todas as temporadas.

Fontes: 
OGol.com.br
The Rec.Sport.Soccer Statistics Foundation (RSSSF)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Bilionários de passagem pelo futebol


O jornal espanhol Marca divulgou esta semana uma lista dos maiores salários do futebol. O que chama mais atenção é que a maior parte dos jogadores presentes no ranking pertence a clubes de multimilionários, que estão estourando os patamares do bom senso no futebol.

O primeiro da lista é o camaronês Samuel Eto´o, do Anzhi, da Rússia, que ganha 20 milhões de euros por temporada. Na vice-liderança aparece o sueco Zlatan Ibrahimović, recém-contratado pelo Paris Saint-Germain, que recebe 14,5 milhões de euros por ano. A lista continua com Rooney (Manchester United), Yaya Touré e Sergio Agüero (Manchester City), Didier Drogba (Shanghai Shenhua), Fernando Torres (Chelsea) e Dario Conca (Guangzhou Evergrande).

Só depois, em nono e décimo lugares respectivamente, aparecem Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, considerados por muitos especialistas como os melhores jogadores do mundo, e que atuam em clubes que não foram vendidos para o capital privado. Pelo menos ainda não. O Barcelona, aliás, teve que vender o espaço na camisa pela primeira vez na sua história para tentar competir com os clubes "turbinados economicamente".

Não é coincidência. Da lista dos dez primeiros, apenas dois jogadores estão em clubes que não são controlados por bilionários. Fazendo um pouco de esforço, podemos até reconhecer que são três clubes, já que o Manchester United é controlado pela família Glazer, mas os mandatários não costumam despejar caminhões de dinheiro em uma contratação a cada temporada.

Roman Abramovich, o bilionário mais famoso no mundo do futebol,
comprou o Chelsea em 2003 (Foto: Michael Regan/Getty Images)

Até o conceito de clube-empresa está distorcido no cenário do futebol atual. De acordo com a definição de André Megale, mestre em administração e direito desportivo e colaborador do site Universidade do Futebol, “clube-empresa é uma forma de organização das entidades de prática desportiva (clubes) na forma de sociedades empresárias com finalidade lucrativa”. Ou seja, com tantos gastos e pouco retorno financeiro, a última coisa que os donos desses clubes visam é o lucro (do próprio clube). Em primeiro lugar vem o lucro dos seus negócios.

Ou alguém pensa que Roman Abramovich irá recuperar para os cofres do Chelsea os 871 milhões de euros (cerca de 2,2 bilhões de reais) que gastou até hoje para reforçar o clube londrino desde que o adquiriu no ano de 2003? Nesses nove anos, o russo só acumulou prejuízo em busca do título da Liga dos Campeões da Europa, que chegou para os Blues apenas na última temporada.

Como esses multimilionários possuem vários negócios, é certo que, quando começarem a perceber que o futebol não está mais dando lucro para seus interesses, largarão o clube e o deixarão à beira da falência. Afinal, para essas pessoas, o clube de futebol é apenas mais um de seus "brinquedinhos" e quando a graça acabar eles vão embora atrás de outros tipos de lucro.

Biografia dos donos dos clubes que pagam os maiores salários do futebol:

Manchester City - Mansour bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, ou simplesmente Sheik Mansour. Tem 39 anos, é o ministro de Negócios Presidenciais dos Emirados Árabes Unidos e membro da família real de Abu Dhabi. As transações do clube são feitas através da Abu Dhabi United Group, empresa registrada nos Emiratos Árabes. De acordo com a revista Forbes, o Sheik Mansour está entre os 20 mais jovens bilionários do mundo e sua fortuna é estimada em US$ 4,9 bilhões.

Anzhi - Suleiman Kerimov, 46 anos, é um empresário russo que lidera o grupo petrolífero Nafta Moscou e a produtora de potássio Silvinit. Além disso, ele possui investimentos em telecomunicações, minas e hotéis. Segundo o ranking atualizado da revista Forbes, o dono do Anzhi é o 146º homem mais rico do mundo, com uma fortuna avaliada em aproximadamente US$ 6,5 bilhões.

Paris Saint-Germain - Nasser Ghanim Al-Khelaifi, 38 anos, nasceu no Catar e é presidente da empresa Qatar Sports Investiments que adquiriu 70% das ações do PSG. Ex-tenista, Al-Khelaifi é ainda presidente da emissora de TV Al Jazeera Sports - pertencente à Rede Al Jazeera, a maior TV jornalística do Catar - que comprou os direitos de transmissão do Campeonato Francês até 2016. Ou seja, trata-se de uma forma indireta de injetar mais dinheiro no PSG e driblar o fair-play financeiro que será implantado na Europa nesta temporada em caráter experimental.

Shanghai Shenhua - Zhu Jun, 45 anos, é o fundador e diretor executivo da The9 Limited - uma das maiores empresas chinesas de jogos online - e detém 28,5% do Shanghai Shenhua, o que lhe dá o status de sócio-majoritário do clube. A porcentagem restante é dividida entre cinco empresas estatais da China.

Chelsea - Roman Abramovich, 45 anos, é um magnata russo que possui investimentos em petróleo, alumínio, e nos setores aéreo, automobilístico, energético, elétrico, farmacêutico e de seguros no Reino Unido e na Rússia. Ocupa a 68° posição no ranking das pessoas mais ricas do planeta, segundo a revista Forbes, com US$ 12,1 bilhões.

Guangzhou Evergrande - Liu Yongzhuo, 32 anos, vice-presidente da Evergrande Real State Group, empresa de investimentos nos ramos imobiliário e da construção civil que controla o clube e tem como dono o magnata Xu Jiayin, um dos empresários mais ricos da China, com uma fortuna estimada em US$ 6,52 bilhões.

Manchester United - Malcolm Glazer, 84 anos, empresário e também dono do Tamp Bay Buccaneers, equipe de futebol americano. É dono da First Allied Corporation, uma holding que atua no investimento imobiliário, e tem participação em empresas de energia, alimentação, gás natural, petróleo, saúde e meios de comunicação. Glazer adquiriu 100% do capital do clube através da Red Football Limited Partnership e da Red Football General Partner Inc., empresas registradas no estado de Nevada (EUA), que se beneficia dos baixos impostos. O multimilionário norte-americano é o 442º homem mais rico do mundo, segundo a Revista Forbes, com uma fortuna avaliada em US$ 2,7 bilhões.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Zenit com o Gás total


Esta semana, o clube russo Zenit desembolsou 60 milhões de euros (cerca de 153 milhões de reais) para contar com os gols do brasileiro Hulk, ex-Porto. Assim, o atacante passa a ser o quinto jogador mais caro da história, empatado com o português Luis Figo, que foi contratado pela mesma quantia pelo Real Madrid, em 2000. Não contente, o Zenit gastou mais 40 milhões de euros (cerca de 102 milhões de reais) para contratar Axel Witsel, meio-campo belga que estava no Benfica. Mas será que eles valem tudo isso? Claro que não. Ambos são bons jogadores. Nada mais que isso.

O problema é que, nos últimos anos, alguns clubes de futebol vêm gastando valores estratosféricos tendo como apoio grandes empresas e/ou multimilionários que adoram “brincar de gastar dinheiro”, seja para dar maior visibilidade à marca da corporação ou para fins desconhecidos que não me cabe julgar aqui.

Mas de onde vem tanto dinheiro para as contratações do Zenit? Resposta: Gazprom, a maior exportadora de gás natural do mundo, o que faz o clube de São Petersburgo ser o mais rico da Rússia. A Gazprom pertence ao governo russo e patrocina a Seleção Russa, além de clubes de outros países, como Chelsea, Schalke 04 e Estrela Vermelha. A injeção de dinheiro acontece também em outros esportes, como a equipe de hóquei Avangard Omsk e a equipe de ciclismo Katusha, ambos da Rússia.

Na atual temporada, o orçamento do Zenit é de 126 milhões de euros - receita comparada a grandes clubes europeus -, sendo que grande parte provém do patrocínio da Gazprom. Segundo os responsáveis da empresa, a estratégia da companhia é usar o esporte para ter uma maior divulgação da marca no mundo.

A explicação para uma empresa do governo investir apenas no Zenit, dentre os vários clubes que existem no país, é simples: a equipe de São Petersburgo tem como torcedores ilustres o presidente Vladimir Putin e o primeiro-ministro Dmítri Medvedev, que também é presidente do conselho fiscal da Gazprom. Assim fica fácil. O problema é que o dinheiro não está sendo bem aplicado. Gastar cerca de 150 milhões de reais com o Hulk não me parece uma boa escolha.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Onde está o público deste Brasileirão?


A história do Campeonato Brasileiro mostra que o torneio nunca foi capaz de registrar grandes médias de público. Desde 1971, a maior quantidade de espectadores por jogo foi anotada em 1983. Naquele ano, a média foi de 22.953 pessoas por partida.

Neste ano, até a 17ª rodada, a média de público é de 11.949 pagantes por confronto. No momento, é a terceira pior média da história dos pontos corridos. Fica à frente apenas das duas primeiras edições: em 2003, quando a média foi de 10.468 e, no ano seguinte, quando o público pagante por jogo foi de 8.805.

A média tão baixa de torcedores por duelo pode ser explicada por fatos curiosos. Equipes que lutam pela liderança, no caso Vasco e Fluminense, levam, em média, cerca de 10 mil pessoas a cada confronto em casa. Número muito baixo para quem briga pelo título, não acham? Até a 16ª rodada, a taxa de ocupação média do estádio pela torcida do Vasco era de 39%. Os números do Fluminense não são muito diferentes. A torcida do Tricolor Carioca ocupa, em média, apenas 22% do estádio nos jogos do Flu em casa.

O Botafogo é outro time que não vem atraindo torcedores para o Engenhão, mesmo com a recente contratação do holandês Seedorf. A estreia do meia-armador aconteceu diante de 29 mil torcedores em um estádio com capacidade para 45 mil pessoas. Na última quarta-feira, quando o Fogão venceu o Sport por 2 a 0, pela 17ª rodada, com um dos gols marcado pelo craque internacional, o público pagante foi de 2.457 testemunhas. Uma vergonha. Em todo o campeonato, a taxa de ocupação média da torcida botafoguense é a mesma do rival Flu: 22%.

Na mesma rodada, o Vasco, que entrou em campo buscando a vice-liderança, jogou contra o Coritiba diante de 5.013 pagantes. Já o Grêmio, que está em quarto lugar, jogou diante da Portuguesa para pouco mais de 15 mil pessoas no estádio Olímpico que comporta 45 mil espectadores. Em média, a cada jogo do Tricolor Gaúcho em seu estádio, apenas 43% do Olímpico é preenchido por torcedores gremistas.

Conforme matéria publicada pelo Tabelinha E.C, até a 16ª rodada, a maior média de ocupação do estádio deste Brasileirão é do líder Atlético-MG: 78,8%. O rival Cruzeiro vem atrás com 68,1%.

Taxa de ocupação dos estádios europeus

Comparando com os principais campeonatos europeus, entretanto, as taxas de ocupação registradas por Atlético e Cruzeiro conseguem se aproximar apenas da Serie A Italiana, onde a Juventus, campeã na temporada 2011/2012, ficou em primeiro lugar também na taxa de ocupação média, com 91,6% do Juventus Stadium preenchido por seus torcedores a cada jogo. O Cesena aparece em segundo lugar com 68,8% e o Napoli em terceiro com média 66,1% de ocupação por partida do estádio San Paolo.

Taxa de ocupação média dos estádios pelos clubes italianos na temporada 2011/2012

Agora, se compararmos com outros campeonatos, as taxas de ocupação média do Brasileirão levam uma surra. Na Inglaterra, 16 dos 20 times que disputaram a última temporada da Premier League registraram taxa de ocupação média superior a 80%, sendo que 11 desses clubes registraram mais do que 95% na ocupação média nos jogos em casa. Manchester United, Tottenham e Arsenal venderam praticamente todos os ingressos para todas as suas partidas em casa no campeonato inglês inteiro: os estádios desses três clubes ficaram, em média, 99,4% ocupado por seus torcedores em cada um dos 19 jogos.

Taxa de ocupação média dos estádios pelos clubes ingleses na temporada 2011/2012 

Na Espanha, 12 das 20 equipes obtiveram ocupação média acima dos 70% nos seus estádios durante a disputa do Campeonato Espanhol’2011/2012. Destaque para o milionário Málaga – comprado em 2010 pelo sheik Abdulla bin Nasser Al-Thani, do Catar – que registrou a maior taxa de ocupação média do Espanhol: 98,8% do estádio La Rosaleda tomado pelos adeptos.

Os poderosos Real Madrid e Barcelona ficaram bem atrás. O time da capital foi o quarto clube que mais encheu seu estádio, em média, com 87,3% de taxa de ocupação, enquanto o clube da Catalunha foi apenas o oitavo com 76,3% do Camp Nou preenchido por torcedores a cada jogo.

Taxa de ocupação média dos estádios pelos clubes espanhóis na temporada 2011/2012 

Levando-se a comparação para a Alemanha, a situação brasileira fica ainda mais discrepante. O país bávaro tem a liga mais bem sucedida da Europa com relação ao público nos estádios. O Borussia Dortmund, atual bicampeão, registrou a incrível marca de 99,8% na taxa de ocupação média em seu estádio. O Signal Iduna Park tem capacidade máxima para 80.708 espectadores e a média de público nos 17 jogos em casa da equipe na temporada passada da Bundesliga foi de 80.521 pessoas.

Das 18 equipes que atuaram no Campeonato Alemão’2011/2012, apenas três registraram taxa de ocupação média abaixo de 90%: Hertha Berlin (72,2%), Kaiserslautern (85,2%) e Nuremberg (86,4%). Mesmo assim, são bem superiores aos números registrados no Campeonato Brasileiro e até aos de muitos times que disputam os principais torneios nacionais na Europa. Só a taxa de ocupação média do campeonato já é incrível. Em média, por partida, a Bundesliga registra 92,7% de cada estádio tomado por torcedores.

Taxa de ocupação média dos estádios pelos clubes alemães na temporada 2011/2012 

Enquanto isso, no Campeonato Brasileiro, mesmo clubes com boas campanhas, como Vasco e Fluminense, ou a vinda de craques internacionais como Seedorf, Forlán e Loco Abreu, não são suficientes para, pelo menos, turbinar a média de público nos estádios, que permanecem vazios.

Voltando ao dado inicial do texto, a média de público desta edição do Campeonato Brasileiro, até a 17ª rodada, é de 11.949 pagantes por jogo. Assim, a taxa de ocupação média do campeonato fica em apenas 34,7%. Muito pouco. Claro que temos sérios problemas de transporte e segurança em dias de jogos – que afastam os torcedores dos estádios –, mas isso é responsabilidade do Governo.

Fato é que se deve repensar urgentemente a organização do futebol brasileiro, que vive não apenas uma crise técnica de seus jogadores, mas também tática – porque não temos bons treinadores – e crise eterna de espectadores nos estádios, pois a falta de público não vem de agora.