sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Atlético tem segundo melhor aproveitamento em uma temporada nos últimos 10 anos


A campanha constante ao longo de 2012, fez o Atlético obter o segundo melhor aproveitamento em uma temporada, considerando o desempenho das grandes equipes do Brasil nos últimos dez anos. O time atleticano, comandado por Ronaldinho Gaúcho e Bernard, conseguiu 69% dos pontos disputados durante o ano de 2012, ficando atrás apenas da campanha do Cruzeiro, de Alex & Cia, campeão da Tríplice Coroa em 2003, que alcançou a incrível marca de 76,5% dos pontos disputados naquele ano.

Mas o ano não começou bem para o time alvinegro. Havia a desconfiança por parte da torcida, após a goleada sofrida para o Cruzeiro na última rodada do Brasileirão e a eliminação precoce na Copa do Brasil. Mas a temporada logo foi ganhando ares de sucesso com a conquista invicta do Campeonato Mineiro e, depois, com a performance ao longo do Nacional que quase rendeu o título à equipe de Cuca.

Nesta temporada, o Atlético disputou 57 jogos, obtendo 34 vitórias, 16 empates e apenas sete derrotas. A campanha do ano começou no Campeonato Mineiro. Foram 15 partidas, com 11 triunfos e 4 igualdades. A participação na Copa do Brasil foi desastrosa e o time foi eliminado nas oitavas de final. Foram apenas quatro partidas, com três resultados positivos e uma derrota. O vice-campeonato Brasileiro veio após 20 vitórias, 12 empates e seis derrotas, em 38 duelos.

Campeão Brasileiro de 2012, o Fluminense obteve 67,1% dos pontos na temporada, assim como o Grêmio. Os dois times, no entanto, jogaram mais partidas que o Atlético durante o ano. O Tricolor Carioca entrou em campo em 69 oportunidades, atuando pelo Campeonato Carioca, Copa Libertadores e Campeonato Brasileiro. Já o Tricolor Gaúcho jogou 74 partidas, contando as participações no Campeonato Gaúcho, Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro.

Desta forma, entre todos os clubes que figuram no topo da lista dos times com melhores aproveitamentos no período de 12 meses, o Atlético foi o que menos entrou em campo. Para se ter uma ideia, na campanha da Tríplice Coroa, o Cruzeiro realizou 71 partidas. O Coritiba de 2011 e o Internacional de 2006, que aparecem logo atrás da campanha do Atlético 2012, jogaram 72 vezes.

Já o time que alia o maior número de jogos e um dos melhores aproveitamentos na temporada, nos últimos dez anos, é o Santos de 2007, que fez 75 partidas e somou 67,5% dos pontos disputados.

Melhor aproveitamento do clube desde 1989

Há 22 anos o Atlético não tinha um desempenho como nesta temporada. Em 2012, o time não perdeu jogando como mandante, assim como em 1989. Naquele ano, o time também foi eliminado pelo Goiás na primeira edição da Copa do Brasil e sagrou-se Campeão Mineiro. No entanto, o aproveitamento do time de 1989 foi ligeiramente superior ao desta temporada. A equipe de Luizinho, Éder Lopes, Paulo Roberto Prestes, Éder Aleixo, Gérson e companhia conseguiu 69,1% dos pontos disputados em 54 jogos oficiais.

Time do Atlético, bicampeão Mineiro em 1989, que alcançou um
aproveitamento ligeiramente superior à equipe de 2012 (Foto: divulgação)

Fazendo-se uma retrospectiva das campanhas atleticanas desde 1971, o melhor aproveitamento em um ano aconteceu em 1977, quando o time liderado por Reinaldo, e que foi vice-campeão invicto, obteve 82,9% dos pontos disputados em 41 jogos oficiais. Foram 32 vitórias, 6 empates e apenas 3 derrotas no ano em que o clube disputou os dois jogos da final da Taça Governador do Estado do ano anterior, o Campeonato Mineiro e o Brasileiro.

Vale lembrar que naquela época, entre um campeonato e outro, era comum os clubes brasileiros disputarem muitos jogos que não valiam por nenhum torneio oficial. Assim, apenas em 1977, o Atlético realizou 36 amistosos, o que não entra neste levantamento. Em 1989, além dos 54 jogos oficiais, o time atleticano jogou mais 11 partidas amistosas.

Clubes com os melhores aproveitamentos na temporada inteira nos últimos dez anos (apenas jogos oficiais):

1º - Cruzeiro (2003): 71 jogos - 50V, 13E, 8D = (76,5% aproveitamento)
2º - Atlético (2012): 57 jogos - 34V, 16E, 7D = (69%)
3º - Coritiba (2011): 72 jogos - 45V, 12E, 15D = (68%)
4º - Internacional (2006): 72 jogos - 43V, 18E, 11D = (68%)
5º - Grêmio (2008): 60 jogos - 36V, 14E, 10D = (67,7%)
6º - Santos (2007): 75 jogos - 47V, 11E, 17D = (67,5%)
7º - Fluminense (2012): 69 jogos - 41V, 16E, 12D = (67,15%)
8º - São Paulo (2006): 73 jogos - 43V, 18E, 12D = (67,12%)
9º - Grêmio (2012): 74 jogos - 45V, 14E, 15D = (67,11%)

Desempenho do Atlético desde 1971. As melhores campanhas estão em destaque:

Ano 2011: 59 jogos - 26V, 9E, 24D = (49,1% aproveitamento)
Ano 2010: 68 jogos - 29V, 15E, 24D = (50%)
Ano 2009: 62 jogos - 31V, 14E, 17D = (57,5%)
Ano 2008: 62 jogos - 23V, 15E, 24D = (45,1%)
Ano 2007: 60 jogos - 27V, 15E, 18D = (53,3%)
Ano 2006: 58 jogos - 29V, 17E, 12D = (59,7%)
Ano 2005: 62 jogos - 23V, 12E, 27D = (43,5%)
Ano 2004: 69 jogos - 25V, 22E, 22D = (46,8%)
Ano 2003: 68 jogos - 34V, 19E, 15D = (59,3%)
Ano 2002: 61 jogos - 25V, 12E, 24D = (47,5%)
Ano 2001: 59 jogos - 31V, 12E, 16D = (59,3%)
Ano 2000: 72 jogos - 28V, 19E, 25D = (47,7%)
Ano 1999: 56 jogos - 28V, 11E, 17D = (56,5%)
Ano 1998: 57 jogos - 27V, 18E, 12D = (57,9%)
Ano 1997: 67 jogos - 35V, 18E, 14D = (61,2%)
Ano 1996: 67 jogos - 36V, 14E, 17D = (60,7%)
Ano 1995: 59 jogos - 34V, 13E, 12D = (64,9%)
Ano 1994: 56 jogos - 26V, 13E, 17D = (54,1%)
Ano 1993: 40 jogos - 14V, 8E, 18D = (41,6%)
Ano 1992: 53 jogos - 27V, 13E, 13D = (59,1%)
Ano 1991: 49 jogos - 22V, 19E, 8D = (57,8%)
Ano 1990: 62 jogos - 35V, 17E, 10D = (65,6%)
Ano 1989: 54 jogos - 34V, 10E, 10D = (69,1%)
Ano 1988: 53 jogos - 29V, 16E, 8D = (64,7%)
Ano 1987: 58 jogos - 25V, 24E, 9D = (56,9%)
Ano 1986: 55 jogos - 37V, 13E, 5D = (75,1%)
Ano 1985: 69 jogos - 35V, 25E, 9D = (62,8%)
Ano 1984: 53 jogos - 27V, 11E, 15D = (57,8%)
Ano 1983: 63 jogos - 39V, 16E, 8D = (70,3%)
Ano 1982: 57 jogos - 30V, 12E, 15D = (59,6%)
Ano 1981: 55 jogos - 26V, 19E, 10D = (58,7%)
Ano 1980: 42 jogos - 33V, 5E, 4D = (82,5%)
Ano 1979: 68 jogos - 38V, 21E, 9D = (66,1%)
Ano 1978: 63 jogos - 34V, 19E, 10D = (64%)
Ano 1977: 41 jogos - 32V, 6E, 3D = (82,9%)
Ano 1976: 59 jogos - 41V, 12E, 6D = (76,2%)
Ano 1975: 43 jogos - 21V, 16E, 6D = (61,2%)
Ano 1974: 61 jogos - 37V, 13E, 11D = (67,7%)
Ano 1973: 66 jogos - 28V, 19E, 19D = (52%)
Ano 1972: 69 jogos - 30V, 24E, 15D = (55%)
Ano 1971: 54 jogos - 27V, 17E, 10D = (60,5%)

Observação: Foram consideradas apenas as partidas oficiais disputadas em cada ano. Para o cálculo do aproveitamento, foram atribuídos três pontos pela vitória em todas as temporadas.

Fontes: 
OGol.com.br
The Rec.Sport.Soccer Statistics Foundation (RSSSF)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Bilionários de passagem pelo futebol


O jornal espanhol Marca divulgou esta semana uma lista dos maiores salários do futebol. O que chama mais atenção é que a maior parte dos jogadores presentes no ranking pertence a clubes de multimilionários, que estão estourando os patamares do bom senso no futebol.

O primeiro da lista é o camaronês Samuel Eto´o, do Anzhi, da Rússia, que ganha 20 milhões de euros por temporada. Na vice-liderança aparece o sueco Zlatan Ibrahimović, recém-contratado pelo Paris Saint-Germain, que recebe 14,5 milhões de euros por ano. A lista continua com Rooney (Manchester United), Yaya Touré e Sergio Agüero (Manchester City), Didier Drogba (Shanghai Shenhua), Fernando Torres (Chelsea) e Dario Conca (Guangzhou Evergrande).

Só depois, em nono e décimo lugares respectivamente, aparecem Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, considerados por muitos especialistas como os melhores jogadores do mundo, e que atuam em clubes que não foram vendidos para o capital privado. Pelo menos ainda não. O Barcelona, aliás, teve que vender o espaço na camisa pela primeira vez na sua história para tentar competir com os clubes "turbinados economicamente".

Não é coincidência. Da lista dos dez primeiros, apenas dois jogadores estão em clubes que não são controlados por bilionários. Fazendo um pouco de esforço, podemos até reconhecer que são três clubes, já que o Manchester United é controlado pela família Glazer, mas os mandatários não costumam despejar caminhões de dinheiro em uma contratação a cada temporada.

Roman Abramovich, o bilionário mais famoso no mundo do futebol,
comprou o Chelsea em 2003 (Foto: Michael Regan/Getty Images)

Até o conceito de clube-empresa está distorcido no cenário do futebol atual. De acordo com a definição de André Megale, mestre em administração e direito desportivo e colaborador do site Universidade do Futebol, “clube-empresa é uma forma de organização das entidades de prática desportiva (clubes) na forma de sociedades empresárias com finalidade lucrativa”. Ou seja, com tantos gastos e pouco retorno financeiro, a última coisa que os donos desses clubes visam é o lucro (do próprio clube). Em primeiro lugar vem o lucro dos seus negócios.

Ou alguém pensa que Roman Abramovich irá recuperar para os cofres do Chelsea os 871 milhões de euros (cerca de 2,2 bilhões de reais) que gastou até hoje para reforçar o clube londrino desde que o adquiriu no ano de 2003? Nesses nove anos, o russo só acumulou prejuízo em busca do título da Liga dos Campeões da Europa, que chegou para os Blues apenas na última temporada.

Como esses multimilionários possuem vários negócios, é certo que, quando começarem a perceber que o futebol não está mais dando lucro para seus interesses, largarão o clube e o deixarão à beira da falência. Afinal, para essas pessoas, o clube de futebol é apenas mais um de seus "brinquedinhos" e quando a graça acabar eles vão embora atrás de outros tipos de lucro.

Biografia dos donos dos clubes que pagam os maiores salários do futebol:

Manchester City - Mansour bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, ou simplesmente Sheik Mansour. Tem 39 anos, é o ministro de Negócios Presidenciais dos Emirados Árabes Unidos e membro da família real de Abu Dhabi. As transações do clube são feitas através da Abu Dhabi United Group, empresa registrada nos Emiratos Árabes. De acordo com a revista Forbes, o Sheik Mansour está entre os 20 mais jovens bilionários do mundo e sua fortuna é estimada em US$ 4,9 bilhões.

Anzhi - Suleiman Kerimov, 46 anos, é um empresário russo que lidera o grupo petrolífero Nafta Moscou e a produtora de potássio Silvinit. Além disso, ele possui investimentos em telecomunicações, minas e hotéis. Segundo o ranking atualizado da revista Forbes, o dono do Anzhi é o 146º homem mais rico do mundo, com uma fortuna avaliada em aproximadamente US$ 6,5 bilhões.

Paris Saint-Germain - Nasser Ghanim Al-Khelaifi, 38 anos, nasceu no Catar e é presidente da empresa Qatar Sports Investiments que adquiriu 70% das ações do PSG. Ex-tenista, Al-Khelaifi é ainda presidente da emissora de TV Al Jazeera Sports - pertencente à Rede Al Jazeera, a maior TV jornalística do Catar - que comprou os direitos de transmissão do Campeonato Francês até 2016. Ou seja, trata-se de uma forma indireta de injetar mais dinheiro no PSG e driblar o fair-play financeiro que será implantado na Europa nesta temporada em caráter experimental.

Shanghai Shenhua - Zhu Jun, 45 anos, é o fundador e diretor executivo da The9 Limited - uma das maiores empresas chinesas de jogos online - e detém 28,5% do Shanghai Shenhua, o que lhe dá o status de sócio-majoritário do clube. A porcentagem restante é dividida entre cinco empresas estatais da China.

Chelsea - Roman Abramovich, 45 anos, é um magnata russo que possui investimentos em petróleo, alumínio, e nos setores aéreo, automobilístico, energético, elétrico, farmacêutico e de seguros no Reino Unido e na Rússia. Ocupa a 68° posição no ranking das pessoas mais ricas do planeta, segundo a revista Forbes, com US$ 12,1 bilhões.

Guangzhou Evergrande - Liu Yongzhuo, 32 anos, vice-presidente da Evergrande Real State Group, empresa de investimentos nos ramos imobiliário e da construção civil que controla o clube e tem como dono o magnata Xu Jiayin, um dos empresários mais ricos da China, com uma fortuna estimada em US$ 6,52 bilhões.

Manchester United - Malcolm Glazer, 84 anos, empresário e também dono do Tamp Bay Buccaneers, equipe de futebol americano. É dono da First Allied Corporation, uma holding que atua no investimento imobiliário, e tem participação em empresas de energia, alimentação, gás natural, petróleo, saúde e meios de comunicação. Glazer adquiriu 100% do capital do clube através da Red Football Limited Partnership e da Red Football General Partner Inc., empresas registradas no estado de Nevada (EUA), que se beneficia dos baixos impostos. O multimilionário norte-americano é o 442º homem mais rico do mundo, segundo a Revista Forbes, com uma fortuna avaliada em US$ 2,7 bilhões.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Zenit com o Gás total


Esta semana, o clube russo Zenit desembolsou 60 milhões de euros (cerca de 153 milhões de reais) para contar com os gols do brasileiro Hulk, ex-Porto. Assim, o atacante passa a ser o quinto jogador mais caro da história, empatado com o português Luis Figo, que foi contratado pela mesma quantia pelo Real Madrid, em 2000. Não contente, o Zenit gastou mais 40 milhões de euros (cerca de 102 milhões de reais) para contratar Axel Witsel, meio-campo belga que estava no Benfica. Mas será que eles valem tudo isso? Claro que não. Ambos são bons jogadores. Nada mais que isso.

O problema é que, nos últimos anos, alguns clubes de futebol vêm gastando valores estratosféricos tendo como apoio grandes empresas e/ou multimilionários que adoram “brincar de gastar dinheiro”, seja para dar maior visibilidade à marca da corporação ou para fins desconhecidos que não me cabe julgar aqui.

Mas de onde vem tanto dinheiro para as contratações do Zenit? Resposta: Gazprom, a maior exportadora de gás natural do mundo, o que faz o clube de São Petersburgo ser o mais rico da Rússia. A Gazprom pertence ao governo russo e patrocina a Seleção Russa, além de clubes de outros países, como Chelsea, Schalke 04 e Estrela Vermelha. A injeção de dinheiro acontece também em outros esportes, como a equipe de hóquei Avangard Omsk e a equipe de ciclismo Katusha, ambos da Rússia.

Na atual temporada, o orçamento do Zenit é de 126 milhões de euros - receita comparada a grandes clubes europeus -, sendo que grande parte provém do patrocínio da Gazprom. Segundo os responsáveis da empresa, a estratégia da companhia é usar o esporte para ter uma maior divulgação da marca no mundo.

A explicação para uma empresa do governo investir apenas no Zenit, dentre os vários clubes que existem no país, é simples: a equipe de São Petersburgo tem como torcedores ilustres o presidente Vladimir Putin e o primeiro-ministro Dmítri Medvedev, que também é presidente do conselho fiscal da Gazprom. Assim fica fácil. O problema é que o dinheiro não está sendo bem aplicado. Gastar cerca de 150 milhões de reais com o Hulk não me parece uma boa escolha.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Onde está o público deste Brasileirão?


A história do Campeonato Brasileiro mostra que o torneio nunca foi capaz de registrar grandes médias de público. Desde 1971, a maior quantidade de espectadores por jogo foi anotada em 1983. Naquele ano, a média foi de 22.953 pessoas por partida.

Neste ano, até a 17ª rodada, a média de público é de 11.949 pagantes por confronto. No momento, é a terceira pior média da história dos pontos corridos. Fica à frente apenas das duas primeiras edições: em 2003, quando a média foi de 10.468 e, no ano seguinte, quando o público pagante por jogo foi de 8.805.

A média tão baixa de torcedores por duelo pode ser explicada por fatos curiosos. Equipes que lutam pela liderança, no caso Vasco e Fluminense, levam, em média, cerca de 10 mil pessoas a cada confronto em casa. Número muito baixo para quem briga pelo título, não acham? Até a 16ª rodada, a taxa de ocupação média do estádio pela torcida do Vasco era de 39%. Os números do Fluminense não são muito diferentes. A torcida do Tricolor Carioca ocupa, em média, apenas 22% do estádio nos jogos do Flu em casa.

O Botafogo é outro time que não vem atraindo torcedores para o Engenhão, mesmo com a recente contratação do holandês Seedorf. A estreia do meia-armador aconteceu diante de 29 mil torcedores em um estádio com capacidade para 45 mil pessoas. Na última quarta-feira, quando o Fogão venceu o Sport por 2 a 0, pela 17ª rodada, com um dos gols marcado pelo craque internacional, o público pagante foi de 2.457 testemunhas. Uma vergonha. Em todo o campeonato, a taxa de ocupação média da torcida botafoguense é a mesma do rival Flu: 22%.

Na mesma rodada, o Vasco, que entrou em campo buscando a vice-liderança, jogou contra o Coritiba diante de 5.013 pagantes. Já o Grêmio, que está em quarto lugar, jogou diante da Portuguesa para pouco mais de 15 mil pessoas no estádio Olímpico que comporta 45 mil espectadores. Em média, a cada jogo do Tricolor Gaúcho em seu estádio, apenas 43% do Olímpico é preenchido por torcedores gremistas.

Conforme matéria publicada pelo Tabelinha E.C, até a 16ª rodada, a maior média de ocupação do estádio deste Brasileirão é do líder Atlético-MG: 78,8%. O rival Cruzeiro vem atrás com 68,1%.

Taxa de ocupação dos estádios europeus

Comparando com os principais campeonatos europeus, entretanto, as taxas de ocupação registradas por Atlético e Cruzeiro conseguem se aproximar apenas da Serie A Italiana, onde a Juventus, campeã na temporada 2011/2012, ficou em primeiro lugar também na taxa de ocupação média, com 91,6% do Juventus Stadium preenchido por seus torcedores a cada jogo. O Cesena aparece em segundo lugar com 68,8% e o Napoli em terceiro com média 66,1% de ocupação por partida do estádio San Paolo.

Taxa de ocupação média dos estádios pelos clubes italianos na temporada 2011/2012

Agora, se compararmos com outros campeonatos, as taxas de ocupação média do Brasileirão levam uma surra. Na Inglaterra, 16 dos 20 times que disputaram a última temporada da Premier League registraram taxa de ocupação média superior a 80%, sendo que 11 desses clubes registraram mais do que 95% na ocupação média nos jogos em casa. Manchester United, Tottenham e Arsenal venderam praticamente todos os ingressos para todas as suas partidas em casa no campeonato inglês inteiro: os estádios desses três clubes ficaram, em média, 99,4% ocupado por seus torcedores em cada um dos 19 jogos.

Taxa de ocupação média dos estádios pelos clubes ingleses na temporada 2011/2012 

Na Espanha, 12 das 20 equipes obtiveram ocupação média acima dos 70% nos seus estádios durante a disputa do Campeonato Espanhol’2011/2012. Destaque para o milionário Málaga – comprado em 2010 pelo sheik Abdulla bin Nasser Al-Thani, do Catar – que registrou a maior taxa de ocupação média do Espanhol: 98,8% do estádio La Rosaleda tomado pelos adeptos.

Os poderosos Real Madrid e Barcelona ficaram bem atrás. O time da capital foi o quarto clube que mais encheu seu estádio, em média, com 87,3% de taxa de ocupação, enquanto o clube da Catalunha foi apenas o oitavo com 76,3% do Camp Nou preenchido por torcedores a cada jogo.

Taxa de ocupação média dos estádios pelos clubes espanhóis na temporada 2011/2012 

Levando-se a comparação para a Alemanha, a situação brasileira fica ainda mais discrepante. O país bávaro tem a liga mais bem sucedida da Europa com relação ao público nos estádios. O Borussia Dortmund, atual bicampeão, registrou a incrível marca de 99,8% na taxa de ocupação média em seu estádio. O Signal Iduna Park tem capacidade máxima para 80.708 espectadores e a média de público nos 17 jogos em casa da equipe na temporada passada da Bundesliga foi de 80.521 pessoas.

Das 18 equipes que atuaram no Campeonato Alemão’2011/2012, apenas três registraram taxa de ocupação média abaixo de 90%: Hertha Berlin (72,2%), Kaiserslautern (85,2%) e Nuremberg (86,4%). Mesmo assim, são bem superiores aos números registrados no Campeonato Brasileiro e até aos de muitos times que disputam os principais torneios nacionais na Europa. Só a taxa de ocupação média do campeonato já é incrível. Em média, por partida, a Bundesliga registra 92,7% de cada estádio tomado por torcedores.

Taxa de ocupação média dos estádios pelos clubes alemães na temporada 2011/2012 

Enquanto isso, no Campeonato Brasileiro, mesmo clubes com boas campanhas, como Vasco e Fluminense, ou a vinda de craques internacionais como Seedorf, Forlán e Loco Abreu, não são suficientes para, pelo menos, turbinar a média de público nos estádios, que permanecem vazios.

Voltando ao dado inicial do texto, a média de público desta edição do Campeonato Brasileiro, até a 17ª rodada, é de 11.949 pagantes por jogo. Assim, a taxa de ocupação média do campeonato fica em apenas 34,7%. Muito pouco. Claro que temos sérios problemas de transporte e segurança em dias de jogos – que afastam os torcedores dos estádios –, mas isso é responsabilidade do Governo.

Fato é que se deve repensar urgentemente a organização do futebol brasileiro, que vive não apenas uma crise técnica de seus jogadores, mas também tática – porque não temos bons treinadores – e crise eterna de espectadores nos estádios, pois a falta de público não vem de agora.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Atlético tem o ingresso mais caro da Série A


Além de ser o líder do Campeonato Brasileiro, ter a melhor defesa, o ataque mais eficiente e obter a maior taxa de ocupação entre os clubes da Série A, o Atlético é a equipe da 1ª Divisão que cobra mais caro do torcedor pelo ingresso. Nos oito jogos realizados pelo Galo no Independência, o valor médio cobrado pelo bilhete é de R$ 37,45 (veja abaixo a lista completa).

Desta forma, o Atlético é também o que mais arrecadou até a agora. Contabilizando a renda bruta, foram mais de R$ 5,4 milhões. O segundo clube que mais faturou com bilheteria é o Corinthians: R$ 5,2 milhões.

Para se ter uma noção do quanto é caro assistir a uma partida do Atlético, o segundo colocado neste levantamento feito pelo Tabelinha E.C é o Palmeiras, que cobrou, em média, R$ 33,94 em seus oito jogos em casa. O Botafogo é o terceiro, com valor médio de R$ 31,49.

Já o Cruzeiro, que joga no mesmo estádio, é o sexto da lista. O valor médio cobrado pelo time celeste é de R$ 27,86. No entanto, neste cálculo estão incluídos os jogos da equipe em Uberlândia e Varginha, quando teve que mandar os dois primeiros jogos do Campeonato Brasileiro fora da capital como punição por causa dos incidentes no clássico contra o Atlético, na última rodada do Brasileirão do ano passado.

Portanto, se considerarmos apenas as seis partidas disputadas no Independência, o Cruzeiro cobrou R$ 28,13 pelo ingresso, em média, e assim conquistou uma arrecadação de R$ 2,6 milhões jogando em Belo Horizonte. Ou seja, no mínimo, o torcedor atleticano tem que desembolsar quase dez reais a mais que o cruzeirense para ver o time jogar no mesmo local: a Arena Independência.

Porque o Atlético fatura mais que o Cruzeiro

A diferença tão grande entre os valores arrecadados pelos rivais se deve ao Setor Corporativo de cada um dos três blocos do estádio Independência. Nos Setores Corporativos da Ismênia Tunes e da Pitangui, o Atlético cobra R$ 150. Já na mesma área do bloco Minas, o Corporativo vale R$ 100.

Além disso, no setor Ismênia Tunes, o Atlético cobrava R$ 100 pelos ingressos de Cadeira Inferior que ainda não haviam sido comercializados por meio do programa de sócio-torcedor “Galo na Veia”. Assim, o torcedor que não era sócio podia comprar ingresso para um local, ao lado, separado das cadeiras reservadas aos cotistas do programa.

Na semana passada, porém, todas as cotas do “Galo na Veia” foram comercializadas e, a partir de agora, não haverá mais venda física de ingressos para a Cadeira Inferior do bloco Ismênia.

Já o Cruzeiro cobra R$ 80 neste mesmo setor (Cadeira Inferior, chamado pelo clube celeste de Setor Ismênia Tunes inferior) e não comercializa ingressos das três áreas corporativas. Eis aí a diferença absurda entre os dois clubes na arrecadação e no valor médio cobrado pelo bilhete.

Público é pequeno, mas o ingresso é caro

Outro fato curioso deste levantamento é que dois clubes de pouca torcida aproveitam para cobrar mais pelo ingresso. Pode ser uma tentativa de compensar o público baixo em seus jogos ou tirar proveito da oportunidade de enfrentar em casa clubes grandes que trazem muitos torcedores.

É o caso de Portuguesa e Atlético-GO. Ambas as equipes são as que levaram menos torcedores até a 16ª rodada, mesmo assim já arrecadaram muito. A Lusa já faturou mais de R$ 800 mil nos oito jogos que fez no Canindé. Para assistir a um jogo da Portuguesa, o torcedor tem que desembolsar, em média, R$ 29,93.

O Dragão vai pelo mesmo caminho: nas sete partidas no Serra Dourada aproveitou para arrecadar quase R$ 700 mil. E para acompanhar uma partida do Atlético-GO é preciso pagar em média R$ 25,55. Pelo futebol que os dois times estão apresentando, será que vale a pena? Claro que não.

Lista dos clubes que cobram mais caro pelo
ingresso, em média. (Clique na imagem para ampliar)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Com o Independência, Atlético e Cruzeiro são os times que mais enchem estádio no Brasileirão


Após um tempo sem postagens no blog, estou de volta e com mais informações que você não encontrará em nenhum outro site. Bom, mas antes de iniciar a matéria, gostaria de esclarecer que este levantamento feito pelo Tabelinha E.C se deu pelo fato de dois dos principais estádios do Brasil (Mineirão e Maracanã) estarem fechados.

Por isso, os clubes que geralmente mandavam suas partidas nesses locais foram prejudicados porque suas torcidas ficaram “limitadas” a um estádio menor, o que influi diretamente na lista de equipes que têm as melhores médias de torcedores por jogo.

Lista esta que é liderada pelo Corinthians, com média de pouco mais de 23 mil pagantes por partida nas oito vezes em que atuou no Pacaembu até a agora. Mas nesse estádio cabem mais de 40 mil pessoas. Então, qual é a porcentagem do estádio ocupada por cada torcida nos jogos de um clube, independentemente da quantidade de pessoas que cabem no local, a chamada taxa de ocupação do estádio? É justamente isso que o levantamento mostra.

Mesmo não podendo levar mais do que 23 mil torcedores em seus jogos em Belo Horizonte – capacidade máxima do Independência –, Atlético e Cruzeiro são os dois clubes que mais lotam o estádio em suas partidas em casa no Campeonato Brasileiro 2012.

Impulsionado pela ótima campanha no Nacional, em que é o líder isolado mesmo com um jogo a menos, o Atlético ocupa a primeira colocação também na taxa de ocupação média do estádio em suas partidas na capital mineira.

Até a 16ª rodada, a média de público do Atlético é de 18.137 pagantes nos oito jogos disputados no estádio do Horto. Levando-se em conta que a capacidade máxima do Independência é de 23.018 lugares, a taxa de ocupação média da Arena em dia de jogo do Galo é de 78,8%, a maior entre todos os clubes que disputam a Série A.

Mesmo com uma campanha irregular no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro aparece em segundo lugar neste levantamento, com 68,1% na taxa de ocupação média do Independência. Nos seis jogos que disputou no estádio do Horto até agora, o time celeste levou, em média, 15.670 torcedores.

Jogos fora de BH complicaram média celeste

Jogando como mandante, porém fora de BH – já que o Cruzeiro perdeu o mando de campo na capital nas duas primeiras partidas em casa –, os números são piores e a soma da média celeste no campeonato inteiro cai para 12.815 pagantes por jogo. Na 1ª rodada do Brasileirão, a Raposa enfrentou o Atlético-GO, em Uberlândia, e levou apenas 3.952 pagantes. Sendo que, de acordo com o Cadastro Nacional de Estádios de Futebol atualizado no início deste ano, o estádio Parque do Sabiá comporta 56.450 pessoas, a taxa de ocupação da torcida cruzeirense no Triângulo Mineiro foi de só 7%.

Quando jogou contra o Sport, em Varginha, pela 4ª rodada, o público pagante foi de 4.545 pessoas, sendo que no estádio do Melão cabem 15.471 torcedores. Portanto, a taxa de ocupação da torcida celeste neste jogo foi de 29,4%.

Quem vem atrás dos mineiros

Atrás da dupla mineira aparece o Internacional, com taxa de ocupação média de 66,5% em suas partidas no Beira-Rio, em Porto Alegre. O estádio do Colorado passa por reformas para a Copa do Mundo e teve a sua capacidade reduzida. O Náutico é o quarto time que mais enche o estádio, com 59,4% de taxa de ocupação média nos Aflitos, em Recife. O Corinthians, porém, pode ser o time que mais leva torcedores em média no Brasileirão (ver tabela abaixo), no entanto é apenas o quinto nesta lista de taxa de ocupação do estádio, com somente 58,3% do Pacaembu preenchido por torcedores em seus jogos.

Já o clube que possui a menor taxa de ocupação deste Brasileirão é o Atlético-GO, com apenas 9,1%. O Dragão tem média de 3.802 pagantes por jogo no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, que tem capacidade para 41.574 pessoas.

Dobro da ocupação média do campeonato

Até a 16ª rodada, 1.860.225 pessoas pagaram ingresso para ver as 159 partidas disputadas neste Campeonato Brasileiro 2012. A média do torneio é de 11.700 pagantes por jogo. Para se ter uma ideia do quanto Atlético e Cruzeiro estão levando torcedores em seus jogos no Independência, a taxa de ocupação média deste Brasileirão até a 16ª rodada, somando todos os clubes da Série A, é de somente 32,5%.

Ou seja, em média, os dois times de BH têm mais do que o dobro da taxa de ocupação média do campeonato. E por essa porcentagem média, podemos concluir que a cada partida do campeonato até aqui, nem um terço dos estádios é ocupado por torcedores.

Lista completa com a taxa de ocupação do estádio por cada clube
(Clique na imagem para ampliar)

sábado, 19 de maio de 2012

Chelsea: a Grécia da Euro’2004


Quando Chelsea e Bayern de Munique eliminaram Barcelona e Real Madrid, respectivamente, confesso que gostei. Fugir da lógica no futebol sempre é bom. Mesmo porque pensei que os Blues sairiam mais para o jogo diante dos alemães, encarando de igual para igual, pois o Bayern não é um Barça. Mas não foi o que aconteceu.

O Chelsea não deixou o Bayern jogar, mas também não atacava. Quem assistiu à partida somente após a segunda metade da etapa final deve ter pensado que foi um jogaço. Pelo contrário, não perdeu nada. O primeiro tempo foi de doer. E o segundo só melhorou após o gol de Müller, para os Bávaros, já aos 37 minutos.

A prorrogação ficou marcada apenas pelo pênalti desperdiçado por Robben, que o excelente goleiro Petr Cech defendeu. Aí vieram as cobranças de penalidades que, por si só, dão emoção a um jogo fraco tecnicamente.

Chelsea conquistou o inédito título da Liga dos Campeões da Europa (Foto: Getty Images)
Chelsea conquistou o inédito título da Liga
dos Campeões da Europa (Foto: Getty Images)

Depois de assistir à decisão da Liga dos Campeões deste sábado, me arrependi pelo jogo final não ter sido entre os dois maiores clubes da Espanha. Não que Barcelona e Real pudesse ser muito mais emocionante e melhor de se ver. Não dá para afirmar isso. Mas com certeza não teríamos apenas uma equipe atacando a maior parte do tempo.

Mais uma vez, Roberto Di Matteo colocou o Chelsea retrancado, assim como nas duas partidas da semifinal diante do Barça. Por isso, os Blues só foram ter um escanteio a favor, por sinal o único da equipe na partida, aos 42 minutos do segundo tempo, quando marcou o gol com Drogba. Já o Bayern cobrou 20. Enquanto os Bávaros finalizaram 26 vezes, os ingleses o fizeram apenas sete, de acordo com as estatísticas oficiais da UEFA.

Alguns podem dizer que devemos parabenizar a eficiência do Chelsea. Tudo bem, respeito. Assim como respeitei a forma dos ingleses jogarem diante dos blaugranas. Porém, é um tipo jogo que se torna ruim de assistir.

Com futebol feio, a Grécia conquistou a Eurocopa,
em 2004 (Foto: Getty Images/Laurence Griffiths)

A conquista do Chelsea faz lembrar muito o título da Grécia, na Eurocopa de 2004. Uma equipe que jogava feio, bem fechado atrás e saía nos contra-ataques, mas que levantou o inédito troféu da Euro. No entanto, na comparação dos jogadores que se destacaram, a retrancada equipe grega teve mais.

Enquanto time campeão do Chelsea se resume ao goleiro Petr Cech e ao atacante Drogba, na campanha da Grécia se destacaram o goleiro Nikopolidis, os meio-campistas Katsouranis e Karagounis, e o atacante Charisteas.

Por isso, a meu ver, o Chelsea ficará marcado na história da mesma maneira que a Grécia ficou quando foi campeã da Eurocopa’2004 diante de Portugal, coincidentemente, o dono da casa na oportunidade, bem como foi o Bayern de Munique.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Em momentos distintos no Atlético, Guilherme e Dudu Cearense têm em comum a falta de sequência de jogos


Para o jogo de estreia no Campeonato Brasileiro, neste domingo, contra a Ponte Preta, em Campinas, o Atlético não poderá contar com os volantes Leandro Donizete, Fillipe Soutto e Serginho, além dos atacantes Neto Berola e Guilherme, todos por contusão. Mas duas peças ganham destaque: Guilherme e Dudu Cearense.

O atacante por ser um dos jogadores mais importantes do elenco e que vinha fazendo boas partidas, mas se machucou novamente. O volante, por ser a última escolha do técnico Cuca, deverá entrar na vaga deixada pelos lesionados. Caso se concretize, esta será a segunda partida no ano de Dudu Cearense.

Em momentos distintos na equipe do Atlético, Guilherme e Dudu Cearense convivem com a falta de sequência de jogos no clube desde que chegaram, seja por problemas físicos ou de relacionamento. Depois de viver um ano difícil em 2011, o atacante deu a volta por cima e vinha jogando bem como armador, posição carente no time. Mas uma nova lesão, agora na panturrilha, irá deixá-lo de fora da equipe.

Já o volante também não jogou muito no ano passado e, desde o começo desta temporada, estava brigado com o técnico Cuca. E somente conseguiu voltar ao elenco após conversar com o comandante.

Desde 2011, Guilherme atuou em 42% dos jogos

Guilherme foi apresentado no Atlético no dia 25 de março de 2011. Desde então, o Galo fez 68 partidas e o atacante só jogou 29 delas. Ou seja, o jogador disputou menos da metade dos confrontos que o Atlético enfrentou. Devido à série de lesões no ano passado, Guilherme atuou apenas em 42% das partidas até hoje.

O número tão baixo explica-se também pela falta de ritmo de jogo. Em 2011, o jogador lutou para reencontrar a melhor forma física e sofreu seguidas contusões, estando presente em apenas 15 jogos, marcando dois gols. Em 2012, quando pôde realizar a pré-temporada e se preparar melhor, Guilherme teve grandes atuações e já participou de 14 das 19 partidas, marcando cinco vezes.

Mas a sina de lesões voltou a persegui-lo. No segundo confronto da final do Campeonato Mineiro, contra o América, Guilherme foi substituído pouco antes do término do primeiro tempo com dores na panturrilha e confidenciou que jogou as duas partidas da decisão no sacrifício, pois já vinha sentido dores no local.

Dudu esteve em 15 das 65 partidas disputadas

Dudu Cearense foi apresentado no dia 08 de abril de 2011. A partir daí, o volante jogou 15 das 65 partidas realizadas pelo Galo. Ou seja, o meio-campista entrou em campo em apenas 23% dos confrontos da equipe. O primeiro jogo de Dudu Cearense pelo clube aconteceu dois meses após a apresentação, dia 08 de junho, na derrota por 1 a 0 para o São Paulo, na Arena do Jacaré.

No ano passado, Dudu Cearense estava mal fisicamente, assim como Guilherme. Por isso, o volante esteve em apenas 14 dos 46 jogos e chegou a marcar três gols. Nesta temporada, no entanto, o desempenho de Dudu Cearense foi ainda pior. Até hoje, o Atlético já realizou 19 partidas, mas o jogador atuou em apenas uma.

Mas agora o motivo não é físico e sim disciplinar. Após desentendimentos com o técnico Cuca, no início do ano, Dudu Cearense foi preterido do elenco. Porém, depois de ter a atitude de chamar o treinador para conversar, há duas semanas, teve a sua primeira chance no ano no primeiro jogo da final do Mineiro, no empate por 1 a 1 diante do América.

Vamos ver se depois de recuperar-se da lesão, o Guilherme consiga emplacar uma sequência de jogos, assim como Dudu Cearense. Caso contrário, a falta de peças de reposição – principalmente no caso do Guilherme – pode se tornar um problema para Cuca ao longo do Campeonato Brasileiro.

Acompanhe o comparativo de participações de Guilherme e Dudu Cearense em cada temporada no Atlético:

Guilherme (2011): 15 partidas (das 49 do Atlético) e marcou 2 gols – atuou em 30% dos jogos

Guilherme (2012): 14 partidas (das 19 do Atlético) e fez 5 gols – esteve em 73% dos jogos

Dudu Cearense (2011): 14 jogos (dos 46 do Atlético) e marcou 3 gols – atuou em 30% das partidas

Dudu Cearense (2012): 1 partida (das 19 do Atlético) – esteve em 5% dos jogos

terça-feira, 15 de maio de 2012

Com o anúncio de Celso Roth, Cruzeiro terá o quarto treinador em menos de um ano


Além de melhorar o desempenho do elenco do Cruzeiro para o Campeonato Brasileiro, que começa no próximo fim de semana, o novo técnico Celso Roth terá outro desafio pela frente: quebrar a sequência de treinadores celestes que não conseguiram permanecer no cargo por muito tempo nos últimos 11 meses. Desde a saída de Cuca, em junho do ano passado, Roth será o quarto treinador da Raposa em menos de um ano. Os anteriores a ele no clube foram Joel Santana, Émerson Ávila e Vágner Mancini.

Antes das seguidas trocas de comando ocorridas na temporada passada, desde 2008, o Cruzeiro teve méritos ao conseguir manter treinadores por mais de um ano no cargo. O primeiro foi Adílson Batista, que ficou por dois anos e meio, e ajudou a montar o elenco que disputou três Libertadores consecutivas (2009, 2010 e 2011).

Logo depois, a diretoria trouxe Cuca. O treinador deu continuidade ao trabalho de Adílson e quase levou a equipe ao título do Brasileiro em 2010, ficando com o vice-campeonato. Mas a saída prematura na Copa Libertadores’2011, ainda nas oitavas de final, após fazer a melhor campanha de todos na fase de grupos, e o fraco desempenho nas rodadas iniciais do Campeonato Brasileiro, derrubou o treinador. No entanto, Cuca ficou no Cruzeiro por pouco mais de um ano.

Depois disso, ninguém mais se segurou no cargo. O desmanche no elenco celeste, com as vendas de Jonathan, Gil, Henrique e Thiago Ribeiro, além da grave contusão de Wallyson, contribuíram para a péssima campanha do time no Brasileirão, o que levou torcida e diretoria à intolerância com os treinadores que estavam no comando. Veio Joel Santana e seu misto de estilo boleiro e paizão. Ficou apenas dois meses e meio no cargo.

Joel foi substituído por Émerson Ávila, que não conseguiu vencer nenhuma partida e 24 dias depois foi devolvido ao cargo de coordenador técnico. Logo em seguida, a diretoria anunciou Vágner Mancini. O treinador chegou para salvar o clube do rebaixamento para a Série B do Brasileiro. Com muita inconstância, o time tropeçou muitas vezes, empatando com adversários diretos na luta contra o descenso. Mas uma goleada histórica por 6 a 1 sobre o arquirrival Atlético, na última rodada, salvou o Cruzeiro da queda e ajudou Mancini a permanecer no cargo no ano seguinte.

A temporada 2012 começou e Mancini já era contestado pela torcida. Perdeu o Campeonato Mineiro para o América, na semifinal, e, logo em seguida, foi eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético-PR, nas oitavas de final. Muito pressionado, Vágner Mancini pediu demissão após a partida contra os paranaenses, ficando 7 meses e 16 dias no cargo.

Com um elenco limitado nas mãos, Celso Roth terá muito trabalho à frente do Cruzeiro. O time precisa de pelo menos seis reforços. Mas como o clube celeste está sem dinheiro em caixa, pode ser que cheguem uns três ou quatro e apenas para compor o grupo. Situação complicada para o treinador gaúcho, mas ele já provou em 2009 no Atlético que consegue trabalhar com poucos jogadores de qualidade. É esperar para ver.

Veja os treinadores que o Cruzeiro teve nos últimos 11 meses:

Joel Santana: 19 junho a 02 setembro 2011 (75 dias ou dois meses e meio)

Emerson Ávila: 02 a 26 setembro 2011 (24 dias)

Vágner Mancini: 26 setembro 2011 a 09 maio 2012 (226 dias ou sete meses e meio)

Celso Roth: 15 maio 2012 a ???

Tempo que permaneceram Adílson Batista e Cuca:

Adílson Batista: 06 dezembro 2007 a 03 junho 2010 (910 dias ou 2 anos e meio)

Cuca: 08 junho 2010 a 19 junho 2011 (376 dias ou 1 ano e 11 dias)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Atlético tem aumento discreto na receita e dívida do clube cresce em 2011


Depois do Cruzeiro, agora é a vez de o Atlético ter o seu balanço financeiro do ano de 2011 divulgado. Após a conquista do 41º título do Campeonato Mineiro, no último domingo, o alvinegro liberou as receitas e os gastos do clube na temporada passada. O rendimento bruto foi de R$ 99,8 milhões, um aumento de 7% em relação a 2010. Mesmo assim, o Galo registrou um prejuízo de R$ 36,1 milhões no fechamento do ano. Já a dívida, no período de 12 meses, aumentou 15% passando para R$ 367,6 milhões. Os números são da empresa Pluri Consultoria.

A receita bruta envolve direitos de transmissão, bilheteria, patrocínio, venda de jogadores, arrecadação com mensalidade do quadro de associados dos clubes sociais, entre outros, e chegou a R$ 99,8 milhões. É a terceira pior entre os 12 principais clubes do país. A arrecadação do Galo só foi maior que a do Botafogo (R$ 58,9 mi) e Fluminense (R$ 79,8 mi). O principal motivo para um ganho menor foi a queda na receita de bilheteria.

Durante todo o ano passado, o Atlético jogou na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, a 70 Km de Belo Horizonte, o que prejudicou bastante não apenas os cofres do Galo, mas também de América e Cruzeiro. Por isso, o clube de Lourdes viu os lucros com ingressos caírem 70% em relação a 2010, quando pelo menos o primeiro semestre foi jogado no Mineirão.

A receita bruta do alvinegro, em 2011, foi dividida da seguinte forma: R$ 40,4 milhões em direitos de transmissão de TV, R$ 2,5 milhões em bilheteria, R$ 18,2 milhões em publicidade e patrocínio, R$ 22,7 milhões com a venda de jogadores e R$ 16 milhões em receitas diversas.

Por outro lado, no mesmo ano, o Atlético registrou um aumento nas despesas – gastos que envolvem o futebol, clubes sociais, esportes amadores, pagamento de funcionários e encargos sociais – chegando a R$ 135,9 milhões. Assim, o clube fechou o ano com um prejuízo de R$ 36,1 milhões.

Desta forma, o Atlético terminou 2011 devendo R$ 367,6 milhões, 15% a mais que em 2010, quando o déficit computado foi de R$ 319,1 milhões. Ou seja, de acordo com os números da Pluri, o Galo é o quarto clube que mais deve no Brasil. O líder é o Botafogo (R$ 566 milhões), seguido por Fluminense (R$ 405 milhões) e Vasco (R$ 387 milhões). Entre os grandes, o Cruzeiro é o que tem a menor dívida: R$ 120 milhões.

1 ponto na temporada custou mais de R$ 1 milhão

Que o ano de 2011 foi ruim para o Atlético dentro de campo ninguém tem dúvidas. Mas o fraco desempenho também refletiu no bolso do clube. Um dado interessante é que cada ponto conquistado pelo Atlético na temporada passada custou exatos R$ 1.049.620,69 aos cofres do Departamento de Futebol.

Dos 59 jogos disputados no ano, o time venceu 26, empatou 9 e perdeu 24. Foram 87 pontos conquistados de 177 possíveis, um aproveitamento de 49%. E o custo com o Departamento de Futebol do Atlético chegou, em 2011, a R$ 91,3 milhões.

Veja o relatório completo aqui.

PS: Ao contrário do que informa o relatório da Pluri Consultoria, o Balanço Financeiro do Atlético foi publicado no site do clube, podendo ser acessado aqui.


terça-feira, 8 de maio de 2012

Roma decepciona e fica de fora das competições europeias após 14 temporadas


Depois de 14 temporadas disputando competições europeias, em 2012/2013 a Roma ficará de fora dos dois principais torneios do continente promovidos pela UEFA. Uma perda incrível para os cofres do clube. Ah, me esqueci. Dinheiro já não é mais problema para a Roma. Deve ser por isso, pois o fiasco acontece logo após o clube ser vendido para um grupo de investidores liderado pelo norte-americano Thomas DiBenedetto que passou a tomar as decisões dentro da instituição. Um sujeito que não entende nada de futebol e parece estar cercado de gente que também não sabe.

A atual sétima posição na tabela é a pior da Roma na Serie A italiana desde a temporada 2004/2005, quando ficou em oitavo lugar. Colocação, inclusive, que pode se repetir neste Calcio caso a Roma empate ou perca fora de casa para já rebaixado e lanterna Cesena e o Parma vença o Bologna em seus domínios.

O que não é muito difícil para uma equipe inconstante (para não dizer maluca) que consegue golear a Inter de Milão por 4 a 0 e, na rodada seguinte, perder para o Siena. Ou em uma partida contra o Lecce perder por 4 a 2, mas, no próximo jogo, vencer a Udinese por 3 a 1 e, no confronto seguinte, levar de 4 da Juventus.

Antes da venda para a empresa que tem DiBenedetto como sócio, o clube era comandado desde 1993 pela família Sensi. Em 2008, o então presidente Francesco Sensi, mais conhecido como Franco Sensi, faleceu e o comando passou para a filha Rosella Sensi. Nas últimas seis temporadas, os gialorossi foram vice-campeões italianos por quatro vezes, perdendo o título em todas as oportunidades apenas para a Inter de Milão, que tinha uma equipe excepcional.

Ou seja, antes a Roma não possuía os milhões de euros que hoje estão presentes nos cofres, mas mesmo assim a família Sensi conseguiu fazer um time competitivo. Então, o que falta para DiBenedetto fazer um time vencedor? Dinheiro é que não é. Deve ser competência e conhecimento de futebol mesmo.

Thomas DiBenedetto, um dos sócios da empresa New England Sports
Ventures que comprou a Roma e o Liverpool (foto: Agência Reuters)

Aliás, o Liverpool é controlado pela mesma empresa e "por coincidência" também fez uma péssima campanha na Premier League. A pior dos Reds desde a temporada 1998/99 com relação à pontuação. Venceu a Copa da Liga Inglesa, tudo bem. Mas foi nos pênaltis em cima do modestíssimo Cardiff, da 2ª divisão, além de esta ser uma competição desprestigiada na Inglaterra.

Agora, para a temporada 2012/2013, o americano já pensa em desfazer toda a defesa da Roma, sacando os laterais Rosi e José Ángel e os zagueiros Kjaer e Heinze. Lembrando que os três últimos foram contratados por ele na janela de transferência do meio do ano passado. Por sinal, todos muito ruins, inclusive o Rosi. E ainda contratou um novo técnico, mas agora já pensa em dispensá-lo como se fosse um dos culpados junto com os defensores.

Ações como estas são uma clara confissão de que DiBenedetto e sua trupe erraram feio no planejamento da temporada, além de perder importantes peças para o elenco como Ménez, que saiu para o PSG, Mexès, para o Milan, e Vucinic, para a Juventus.

Reformulou todo o elenco de uma só vez contratando por atacado, além de Kjaer, Heinze e José Ángel, outros nove jogadores: o goleiro Stekelenburg, o zagueiro Nego, o volante Fernando Gago, o meia Pjaníc, e os atacantes Tallo, Bojan, Lamela, Borini e Osvaldo. Mais do que um time inteiro. Destes, creio que só podem acrescentar algo ao time na próxima temporada o goleiro holandês, o meia bósnio e os atacantes Tallo, Bojan e Borini.

Certo é que o time vermelho e amarelo da capital italiana continuará sendo uma incógnita dentro de campo, porque do jeito que as coisas estão caminhando muitos jogadores serão contratados novamente e o elenco não encontrará tão fácil o entrosamento para as duas únicas competições de 2012/2013 (Serie A Italiana e a Copa da Itália). Assim, só posso desejar "Boas" sorte ao próximo técnico, se o português Villas-Boas aceitar a proposta.

Veja as participações da Roma em competições europeias e as posições em que ficou no Campeonato Italiano nos últimos anos:

2012-2013: nenhuma (só disputará a Serie A Italiana e a Copa da Itália)
2011-2012: UEFA Europa League - atualmente, está em 7º lugar na Serie A Italiana
2010-2011: Liga dos Campeões da Europa - 6º lugar na Serie A Italiana
2009-2010: UEFA Europa League - 2º lugar na Serie A Italiana
2008-2009: Liga dos Campeões da Europa - 6º lugar na Serie A Italiana
2007-2008: Liga dos Campeões da Europa - 2º lugar na Serie A Italiana
2006-2007: Liga dos Campeões da Europa - 2º lugar na Serie A Italiana
2005-2006: Copa da UEFA - 2º lugar na Serie A Italiana
2004-2005: Liga dos Campeões da Europa - 8º lugar na Serie A Italiana
2003-2004: Copa da UEFA - 2º lugar na Serie A Italiana
2002-2003: Liga dos Campeões da Europa - 8º lugar na Serie A Italiana
2001-2002: Liga dos Campeões da Europa - 2º lugar na Serie A Italiana
2000-2001: Copa da UEFA - 1º lugar na Serie A Italiana
1999-2000: Copa da UEFA - 6º lugar na Serie A Italiana
1998-1999: Copa da UEFA - 5º lugar na Serie A Italiana
1997-1998: nenhuma (só disputou a Serie A Italiana) - 4º lugar na Serie A Italiana
1996-1997: 12º lugar na Serie A Italiana

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Receitas do Cruzeiro aumentam em 2011, mas bilheteria e patrimônio despencam


Foi divulgado nesta segunda-feira, pela empresa Pluri Consultoria, o balanço financeiro do Cruzeiro do ano de 2011. Se por um lado algumas receitas aumentaram, como é o caso da cota de televisão para a transmissão dos jogos, por outro há registros negativos como as quedas nos valores da bilheteria, o que era previsto com as partidas em Sete Lagoas, e no patrimônio líquido do clube, que por sinal vem caindo desde 2006.

De acordo com o relatório, em 2011, o clube celeste elevou as receitas de R$ 101 milhões, em 2010, para R$ 129 milhões. No entanto, este crescimento se deu apenas e tão somente pela cota dos direitos de transmissão da TV, renegociados no ano passado e que saltou de R$ 28 milhões para R$ 55 milhões por temporada. Em contrapartida, os gastos também aumentaram passando de 85 milhões para 99 milhões de reais.

Com os jogos acontecendo em Sete Lagoas, a Raposa perdeu muito em bilheteria. Se em 2010, com o Mineirão, o clube da Toca arrecadou R$ 17 milhões, no ano passado, atuando na Arena do Jacaré, esse número despencou para R$ 4 milhões, anulando o aumento de R$ 11 milhões que o Cruzeiro obteve com as negociações de atletas importantes como Thiago Ribeiro, Henrique, Jonathan e Gil.

Agora, dois dados chamam a atenção. O primeiro é com relação à distribuição das receitas gerada em todo o ano de 2011, em que o Cruzeiro arrecadou apenas 3% com bilheteria, muito menos do que ganhou com o clube social do Barro Preto e Esportes Amadores, que foi de 10%. O líder na arrecadação, é claro, é a cota de TV que representou 43% no orçamento anual do Cruzeiro.

O segundo item que chama a atenção é o patrimônio líquido do Cruzeiro que vem caindo nos últimos cinco anos. Em 2010, estava avaliado em R$ 14 milhões e despencou para R$ 1,3 milhão. Só para se ter uma ideia, em 2006, esse valor era de R$ 75,3 milhões. Muito assustador.

Por fim, em 2011, além do ano difícil dentro de campo, o Cruzeiro fechou as contas no vermelho, com déficit de R$ 13,1 milhões. E ainda, segundo a Pluri, a dívida do clube aumentou 7% de 2010 para 2011. Se antes o clube devia R$ 111,9 milhões, no final do ano passado foi registrado um débito de R$ 120,3 milhões.

Veja o relatório completo aqui.



quinta-feira, 3 de maio de 2012

Roma e a obsessão por Villas-Boas




Parece que os diretores da Roma têm uma fixação pelo treinador português André Villas-Boas. De acordo com o jornal português 'A Bola', o clube italiano deseja contratar o ex-técnico do Chelsea para a temporada 2012/2013, no lugar do espanhol Luís Enrique que fez uma péssima campanha e tem o futuro indefinido.

O engraçado é que Villas-Boas já havia declinado uma proposta dos giallorossi quando estava em alta na temporada 2011/2012 no Porto, após conquistar o Campeonato Português, de forma invicta, a Taça de Portugal, a Supertaça Portuguesa e a Liga Europa.

O motivo? O Chelsea tinha interesse em contratá-lo. E o clube inglês, assim como o Porto e ao contrário da Roma, disputaria a Liga dos Campeões da UEFA, competição que Villas-Boas gostaria de participar, segundo declarações, na época, de seu empresário, Dario Canovi, que ainda completou: "A Roma tentou de fato contratar Villas-Boas. Trabalho no mercado português e estou a par de certas movimentações. Mas a Roma não dispõe de dinheiro para tirar Villas-Boas do Porto".

Papo furado do ex-empresário. Dinheiro era o que não faltava ao clube da capital italiana que tinha acabado de ser comprado pela empresa New England Sports Ventures, onde um dos sócios é o empresário norte-americano Thomas DiBenedetto, que também é dono do Liverpool e do Boston Red Sox, equipe de beisebol dos Estados Unidos.

Mas a situação de Villas-Boas no cenário do futebol agora é outra. Até na administração da sua vida profissional. Atualmente, o treinador tem a carreira gerida por Carlos Gonçalves e, segundo o novo empresário, Villas-Boas poderia aceitar ser treinador da Roma. De acordo com Gonçalves, "Villas-Boas ficaria honrado em treinar uma equipe tão importante como a Roma".

Ah tá. Que honra!!! Logo agora que está em baixa pela fraca campanha do Chelsea na Premier League e as péssimas atuações que quase eliminaram os Blues da atual Liga dos Campeões. Ainda sim, será que o português estaria propenso a dirigir uma equipe que está arriscada a não disputar nenhum torneio europeu na próxima temporada? Penso que não. Por isso, aposto que ele irá esperar o fim da Lega Calcio para se decidir.

Mas caso Villas-Boas seja contratado pela Roma, pode até dar certo. Porém não dá para engolir um técnico que esnoba um clube quando está em alta e, depois, quando as coisas mudam, o discurso também é alterado.

Não que eu esteja a favor dos giallorossi. O que dizer também de um clube que “leva um fora” de um treinador e na primeira oportunidade corre atrás dele novamente? Neste caso, a Roma parece até mulher de malandro.

Sequência de jogos sofrendo gol é um alerta para o Cruzeiro na Copa do Brasil


Foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press

A derrota por 1 a 0 para o Atlético-PR, nesta quarta-feira no estádio Durival Britto, em Curitiba, no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, pode atrapalhar os planos do Cruzeiro em alcançar o quinto título da competição. Com o resultado negativo diante dos paranaenses, além de ser o terceiro revés seguido, o time celeste soma agora sete partidas consecutivas sofrendo gol, o que pode complicar a classificação para as quartas de final.

Um perigo a mais porque caso o Furacão marque um gol na partida da volta, na próxima quarta-feira, na Arena do Jacaré, o Cruzeiro terá que fazer três para se classificar. Por outro lado, o ataque vem colaborando, pois nestas mesmas sete partidas, a Raposa só não balançou as redes do adversário neste último confronto, contra os rubro-negros paranaenses.

No entanto, os cruzeirenses não têm motivos para apenas se preocuparem. Nesta temporada, a equipe já havia conquistado um feito contrário: permanecer cinco jogos sem sofrer gol. Quatro válidos pelo Campeonato Mineiro e um pela Copa do Brasil. A marca começou a ser construída diante do Democrata-GV, no dia 25 de fevereiro: 2 a 0. Depois, a equipe celeste repetiu o placar contra o América-TO, fez 6 a 0 no Rio Branco, do Acre, em seguida aplicou 2 a 0 no Villa Nova, e, por fim, goleou a Caldense por 5 a 0.

Veja a sequência das últimas 7 partidas em que o Cruzeiro levou gol:

ATLÉTICO-MG 2 X 2 CRUZEIRO
Motivo: 10ª rodada do Campeonato Mineiro
Data: 08/04/2012 (domingo)
Local: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG)

CHAPECOENSE-SC 1 X 1 CRUZEIRO
Motivo: jogo de ida da segunda fase da Copa do Brasil
Data: 11/04/2012 (quarta-feira)
Local: Arena Condá, em Chapecó (SC)

CRUZEIRO 3 X 2 UBERABA
Data: 15/04/2012 (domingo)
Motivo: 11ª rodada do Campeonato Mineiro 2012
Local: Arena do Calçado, em Nova Serrana (MG)

CRUZEIRO 4 X 1 CHAPECOENSE-SC
Motivo: jogo de volta da segunda fase da Copa do Brasil
Data: 18/04/2012 (quarta-feira)
Local: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG)

AMÉRICA-MG 3 X 2 CRUZEIRO
Motivo: jogo de ida da semifinal do Campeonato Mineiro
Data: 22/04/2012 (domingo)
Local: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas-MG

CRUZEIRO 1 X 2 AMÉRICA-MG
Motivo: jogo de volta da semifinal do Campeonato Mineiro
Data: 29/04/2012 (domingo)
Local: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG)

ATLÉTICO-PR 1 X 0 CRUZEIRO
Motivo: jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil
Data: 02/05/2012 (quarta-feira)
Local: Vila Capanema, em Curitiba (PR)

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Fim da Série D pode estar sendo forçada


Há duas semanas, presidentes de Federações de todo o país estiveram reunidos em uma assembleia geral com o presidente da CBF, José Maria Marin. Um dos assuntos em discussão foi a possibilidade de acabar com a Série D do Campeonato Brasileiro. A maioria dos mandatários estaduais pensa que o torneio é deficitário e os clubes não conseguem arcar com as despesas. Marin aceitou a proposta, dizendo que encomendou estudos de técnicos para avaliar o melhor a se fazer com a quarta divisão e pediu 30 dias para responder.

Pois bem, daqui a mais ou menos 15 dias saberemos se a Série D deixará de existir no calendário brasileiro a partir de 2014. Até agora alguns clubes como Guarani-MG, Veranópolis-RS e Novo Hamburgo-RS já anunciaram que não têm condições de disputar a quarta divisão, que começa no dia 30 de maio. Mas novas desistências vêm por aí. O Brusque-SC também está perto de desistir.

Assim, com a negativa dos clubes que conquistaram no campo o direito de participar da Série D, a vaga em aberto cai no colo de outros clubes que também alegam não ter condições financeiras para competir. Em Minas Gerais a situação é uma das piores, se não for a pior. Com a desistência do Guarani, de Divinópolis, sexto lugar no Campeonato Mineiro 2012, abriu vaga para a Caldense, 7º lugar, mas que também deve dizer não à Série D.

América, de Teófilo Otoni, 9º lugar, que já desistiu da competição no ano passado deve repetir a decisão caso seja escolhido. O 10º colocado Villa Nova seria o próximo, mas deve declinar pelo mesmo motivo: não tem dinheiro. E os rebaixados Democrata, de Governador Valadares, e Uberaba também dizem não ter condições. A saída encontrada pode ser conceder a vaga ao campeão do Módulo II, a segunda divisão Mineira.

Mas será que esse desinteresse de clubes mineiros, catarinenses e gaúchos em participar da Série D não tem a ver com a proposta feita à CBF pela maioria das Federações para acabar com a quarta divisão nacional? É apenas uma pergunta. Pode ser uma estratégia dos clubes para tentar convencer a opinião pública de que a Série D não é viável. Uma forma errônea, diga-se de passagem.

Mais um ato vergonhoso dos dirigentes do nosso futebol. Ao invés de propor mudanças na competição, se está dando prejuízo, eles acham melhor acabar e inchar a Série C novamente, que hoje conta com 20 clubes, mas que antes da criação da quarta divisão nacional tinha 64. Vale lembrar que a atual Série D tem 40 clubes, ou seja, juntando a quantidade de times das duas divisões não dá o que a antiga Série C possuía. Atualmente, a fórmula é mais enxuta.

No entanto, o maior problema para os clubes é a falta de investimento. Os presidentes das Federações insistem em dizer que a Série D não atrai investidores. O responsável pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Rubens Lopes, alegou que “Para um clube da série D chegar a série A, são no mínimo três anos. Para um investidor, é um investimento de risco a muito longo prazo”.

Os tais “investimentos”, em sua maioria, são os custos que os clubes têm para jogar o torneio como passagens aéreas e hospedagem. Então, é mais fácil para os presidentes de clubes e federações cobrarem investimento por parte de empresas privadas do que para a CBF.

Por que a entidade não pode custear os itens citados assim como faz nas Séries A, B e C? Aliás, a entidade máxima do futebol não custeava passagens aéreas e hospedagem na Série C até 2008, quando ainda não existia a quarta divisão.

Só a partir da criação da Série D, em 2009, que a CBF passou a cobrir os custos com viagens e hotel. E por que clubes e federações não reclamavam antes? São questões que ficam no ar.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Impressões do Novo Independência


Quarta-feira, 25 de abril de 2012. Data que marcou a volta do futebol a Belo Horizonte após 22 meses. E lá estava este blogueiro incluído no meio do público de 9.250 presentes no novo Estádio Independência. América e Argentinos Juniors fizeram as honras da casa. O resultado da partida pouco importou. O mais relevante era como estariam as instalações dentro da nova construção que custou R$ 149 milhões aos cofres públicos.

Antes de relatar como foi minha experiência no novo estádio, digo que o local é muito bonito, quase impecável para o torcedor. Onde fiquei, no anel inferior, a visão do campo estava perfeita – a não ser quando as pessoas à frente se levantam para acompanhar algum lance. Já o anel superior, alvo da polêmica dos pontos cegos por conta dos guarda-corpos, estava interditado. O gramado é um tapete e a iluminação é muito boa.

Luva de limpeza foi deixada nas
arquibancadas após rápida faxina
realizada minutos antes da partida
Mas como a maioria das pessoas só fará elogios ao estádio, vou partir para as ressalvas, assim como há nos laudos do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar para a liberação do estádio para 23 mil pessoas.

Logo na chegada, às 21h – meia hora antes de a partida começar –, encontrei uma grande fila para entrar no estádio, mas que andava muito rápido e, assim, não houve problemas. Mas quando me aproximava das catracas, três sujeitos furaram a fila entrando justamente na minha frente. Os seguranças do local nada fizeram.

Dentro do Independência, a limpeza de última hora, feita às pressas pelos funcionários do consórcio que administra o local, foi visível. Debaixo de um dos assentos, no setor das cadeiras laterais, no anel inferior, encontrei uma luva de limpeza jogada no chão.

Durante a partida, notei alguns pontos que deixaram a desejar. O placar eletrônico de alta definição é muito bonito, porém ficou atrás de um dos gols com uma tela de proteção sustentada por canos de ferro que atrapalham na hora de se fazer alguma imagem do placar. Poderia ter ficado em um local mais alto. Entre as duas torres de camarote, sustentado pela estrutura de aço que cobre as arquibancadas, por exemplo.

Outra falha notada foi no sistema de som, que é baixo. Consegui enxergar apenas duas caixas de som atrás de um dos gols e ao lado do placar eletrônico. Mesmo com pouco menos de 10 mil pessoas no estádio, o barulho da torcida abafou o áudio da competente locutora Pollyanna Andrade. Imagine com a lotação máxima!

Não há lixeiras nos corredores entre as arquibancadas. Por isso, vários copos descartáveis, latas de refrigerante, de cerveja, pacotes de salgadinho e de pipoca consumidos pelo público ficou jogado debaixo das cadeiras ao fim da partida.

Por fim, reparei em um detalhe curioso. O estádio Independência é propriedade do América – e cedido ao Governo do Estado de Minas Gerais para realizar a reforma – e a identidade do local é inteiramente do Coelho, tanto que as cadeiras são verdes.

Escudo do América, ao lado do gol,
não foi gravado no gramado
No entanto, nesta partida inaugural contra o Argentinos Juniors, deu para perceber que havia escudos do América ao lado de cada um dos gols, assim como no Engenhão, do Botafogo, e no Camp Nou, do Barcelona. Porém os escudos não estavam gravados no gramado, mas colocados provisoriamente como um tapete.

Quer dizer: cada clube que jogar no Independência como mandante, seja Atlético ou Cruzeiro, poderá, se quiser, inserir seu distintivo ao lado de cada meta, personalizando o estádio. Uma furada da diretoria americana que ainda pode ser consertada, já que o Independência lhe pertence.



Veja outras fotos do Novo Independência:

O gramado é um verdadeiro tapete
Quando os torcedores se levantam das
cadeiras, a visibilidade fica prejudicada
Placar eletrônico
Anel superior com o guarda-corpo
que prejudica a visão do jogo
foi interditado
Visão do torcedor no anel inferior,
abaixo das cabines de imprensa
Anel superior com o guarda-corpo
que prejudica a visão do jogo
foi interditado

Ao centro, uma das duas torres onde
ficam os camarotes vip
Detalhe das cadeiras em diferentes
tons de verde


Atrás dos gols há uma tela de
proteção para os torcedores
A iluminação é muito boa


Vídeo que editei em homenagem à torcida do América que fez a festa no Independência:




Como a bola rola macia no gramado do Novo Independência:




Euller saindo de campo na sua despedida do futebol profissional:




quarta-feira, 25 de abril de 2012

O raio caiu duas vezes no mesmo lugar



Muitos dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, mas o ‘raio’ chamado Chelsea conseguiu anular o time do Barcelona nos dois jogos da semifinal da Liga dos Campeões da Europa e eliminou o atual vencedor do torneio. Confesso que eu não acreditava que os ingleses pudessem jogar da mesma forma contra os blaugranas em dois jogos seguidos.

Ainda mais atuando a maior parte da partida com um jogador a menos e sem os dois zagueiros, já que Cahill saiu machucado no início do jogo e foi substituído pelo lateral-direito Bosingwa (o Chelsea não tinha zagueiros no banco de reservas). E mais tarde, aos 37 do primeiro tempo, Terry foi expulso.

A verdade é que os Blues jogaram bem. O Barça atacou como o faz em todas as partidas, só não estava com a pontaria em dia. Messi e companhia perderam pelo menos uns quatro gols feitos na partida em Londres e na disputada no Camp Nou. Fato que antes não acontecia.

Em relação à atuação dos ingleses, discordo totalmente da matéria exibida no Jornal Nacional em que o repórter Pedro Bassan chamou o time do Chelsea de “seleção de brutamontes”. Assim como o Barcelona tem o seu modelo de jogar futebol, cada time deve encontrar a sua forma de atuar.

E os ingleses conseguiram derrubar a máquina espanhola jogando atrás da linha da bola e saindo nos contra-ataques. Não deixa de ser válido. Isso também é uma maneira de se jogar futebol. Concordo que seja mais feio. Prefiro o modelo barcelonista. Mas não tira o mérito do Chelsea.

Messi não jogou muito bem as duas partidas contra o Chelsea, e foi mal na derrota para o Real Madrid, pelo Espanhol. Mas isso não diminui a genialidade do craque argentino, assim como não reduz a capacidade da equipe catalã, que continua sendo soberana às outras, mas que, ao contrário de alguns anos atrás, já vê clubes ameaçarem seu posto.

Agora o Barcelona soma três jogos sem vencer, mas nada que abale o time que já tem três títulos conquistados na temporada: as Supercopas Europeia e da Espanha e o Mundial de Clubes da Fifa. E pode ainda faturar o quarto, pois está na final da Copa do Rei e jogará diante do Athletic Bilbao, sendo que o Campeonato Espanhol está praticamente nas mãos do arquirrival Real Madrid, sete pontos à frente faltando quatro rodadas para o término.

Não podemos dizer que é o fim de uma era, muito menos afirmar que a fórmula para anular o Barcelona foi descoberta, sendo que esse time já está marcado na história e continuará sendo temido pelas outras equipes. Apenas não é hora de se fazer como no Brasil: perde duas ou três partidas e o time já não presta ou o jogador tal é “pipoqueiro”. Ainda bem que não é desta forma que funciona na maioria dos clubes da Europa.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

É hora de mudar


Com o término da primeira fase do Campeonato Mineiro nos leva a uma pergunta: será que o torneio ainda é atraente para os clubes do interior? Em relação à parte financeira posso dizer que não. Villa Nova, Uberaba, América-TO, Caldense e Democrata-GV, que disputaram o Módulo I do Estadual deste ano, não irão atuar em nenhuma das quatro divisões do Campeonato Brasileiro. Portanto, estão sem o que fazer até o início da Taça Minas Gerais, que pode não acontecer por falta de clubes participantes.

Isso porque Atlético e Cruzeiro estão na Série A, América, Boa Esporte e Ipatinga na Série B, o Tupi subiu para a Série C. Já o Nacional, de Nova Serrana, e o Guarani, 5º e 6º colocados no Mineiro, conseguiram vaga para a Série D do Brasileirão. Além de poucos participantes, a falta de patrocínio é o principal motivo apontado pelos clubes para uma possível desistência na Taça Minas Gerais. Mas caso a competição seja realizada, deve começar em setembro, ou seja, os clubes ficarão inativos por quatro meses e meio.

Falta dinheiro e público diminui

Assim como para o Campeonato Brasileiro da Série A, a divisão da cota de televisão para as equipes que jogam o Módulo I do Mineiro é extremamente desigual. Para jogar as 15 partidas do Estadual, a dupla Atlético e Cruzeiro recebe pouco mais de R$ 5 milhões, o América ganha cerca de R$ 1,8 milhão e cada clube do interior embolsa R$ 300 mil.

Este ano, o Villa Nova, por exemplo, tinha a maior folha salarial entre os clubes fora de Belo Horizonte: aproximadamente R$ 300 mil por mês, justamente o que recebeu da TV para jogar o campeonato. Sem falar que o Leão do Bonfim levou um prejuízo de mais de 20 mil reais em cinco jogos disputados em casa nesta primeira fase do Mineiro, de acordo com o levantamento realizado pelo blog Tabelinha E.C (ver tabela abaixo). Enquanto isso, o rebaixado Democrata-GV corre o risco de fechar as portas para balanço e nem disputar o Módulo II no ano que vem.

Dos 66 jogos da primeira fase do Campeonato Mineiro deste ano, 32 apresentaram prejuízo e outros 32 tiveram lucro. Já duas partidas não tiveram o borderô divulgado: Tupi 0x0 Villa Nova e Villa Nova 0x0 Boa Esporte. No entanto, dos 32 confrontos que apresentaram lucro, 21 envolveram ou Atlético ou Cruzeiro. Então qual a vantagem que os clubes do interior tem se a maioria das partidas proporciona-lhes déficit?

Sem contar que o público só vem caindo a cada temporada. Neste ano, o público total dos 66 jogos da primeira fase foi de 188.701, média de 2.859 pagantes por partida. No ano passado, 236.094 pessoas assistiram aos jogos da fase classificatória. Média de 3.632 torcedores por confronto. Em 2010, com América, Atlético e Cruzeiro jogando no Mineirão, o público total dos 66 jogos da primeira fase foi de 343.308, média de 5.202 por partida.

Com a falta de estímulo do público a ir aos estádios e a falta de grana dos pequenos, a tendência é o campeonato ficar cada ano pior. Se já não chegou a hora de repensar o Campeonato Mineiro, assim como os outros Estaduais pelo Brasil, não sei quando as federações irão mudar.



* Observação sobre esta tabela: Não foram divulgados os Boletins Financeiros das partidasTupi 0x0 Villa Nova, da 5ª rodada, e Villa Nova 0x0 Boa Esporte, da 8ª rodada, por isso não foi computado o lucro ou prejuízo líquido destes confrontos.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Somando 2 Arenas do Jacaré não dá 1 Mineirão

Com proximidade da inauguração do novo estádio Independência – mesmo que parcial – América, Atlético e Cruzeiro voltarão a jogar na capital após quase dois anos. Desde o fechamento do Mineirão, em junho de 2010, as três equipes passaram 22 meses mandando a maior parte dos seus jogos em Sete Lagoas.

Pensando nisso, o blog Tabelinha E.C decidiu realizar um levantamento e constatou que, em dois anos jogando a 1ª fase do Estadual na Arena do Jacaré, os clubes da capital não conseguiram faturar o que atingiram com o último ano de Mineirão.

O clube que mais perdeu foi o Atlético. Somando o valor arrecadado na 1ª fase do Campeonato Mineiro’2011 e 2012, o saldo líquido* do Galo foi três vezes menor do que o alcançado na fase classificatória do Estadual de 2010, quando o time atuou no Mineirão.

Nos jogos em que foi o mandante em Sete Lagoas, no ano passado e neste ano, o alvinegro arrecadou R$ 326.770,83. Já no Gigante da Pampulha, em 2010, o Galo embolsou R$ 1.119.592,03. Ou seja, o valor auferido pelo Galo, apenas na fase classificatória do Mineiro no ano passado e nesta temporada, atingiu somente 29% do montante que o clube conseguiu em 2010.

Uma das explicações para o valor tão abaixo é o valor do ingresso que a diretoria diminuiu muito quando o Atlético jogou o Estadual na Arena pela primeira vez, em 2011. O preço médio cobrado foi de R$ 7,45, enquanto que no Mineirão, o valor médio era de R$ 17,89. Mas, na primeira fase deste ano, a direção atleticana voltou a cobrar ingressos no padrão antigo: R$ 17,59.


O América, por sua vez, também levou um grande prejuízo com a mudança para Sete Lagoas. Nos jogos em casa da 1ª fase do Campeonato Mineiro’2010, atuando no Estádio do Mineirão – pois o Independência já estava em obras –, o Coelho embolsou o valor líquido de R$ 200.211,68.

Somando o montante referente também à fase de classificação do Estadual de 2011 e 2012, o América arrecadou pouco mais da metade do valor da época em que jogou na capital: 59%, ou seja, R$ 118.754,35.

E a diretoria americana não aliviou no preço das entradas, como o Atlético. Em 2010, o valor médio do ingresso para assistir a um jogo do América na primeira fase do Mineiro foi de R$ 15,18. No ano passado, subiu para R$ 21. E nesta temporada foi elevado para R$ 22,58.

Apesar de também ter arrecadado menos, o Cruzeiro foi o que se deu melhor. Somando o saldo líquido referente à 1ª fase do Estadual de 2011 e deste ano, o clube celeste conseguiu 75% do montante recolhido quando jogou a 1ª fase do campeonato no Estádio do Mineirão, em 2010.

Jogando em Belo Horizonte, o Cruzeiro lucrou R$ 842.584,23. Enquanto que nos dois anos atuando na Arena do Jacaré, o valor chegou a R$ 633.809,26. Assim como o América, a Raposa não diminuiu o valor médio cobrado pelo ingresso, o que colaborou para o clube ter uma perda menor que o arquirrival. Em 2010, foi de R$ 19,96; no ano passado alcançou R$ 20,25; e nesta temporada foi de R$ 18,93.

Comparativo dos saldos líquidos arrecadados pelos clubes da capital na 1ª fase do Campeonato Mineiro de 2010, 2011 e 2012:

América
2010 = lucro de R$ 200.211,68

2011 = lucro de R$ 135.701,11

2012 = prejuízo de R$ 16.946,76

Atlético
2010 = lucro de R$ 1.119.592,03

2011 = lucro de R$ 37.817,44

2012 = lucro de R$ 288.953,39

Cruzeiro
2010 = lucro de R$ 842.584,23**

2011 = lucro de R$ 399.083,78

2012 = lucro de R$ 234.725,48

* Todos os números apresentados são referentes ao dinheiro que realmente entrou nos cofres dos clubes, onde eu chamo de Saldo Líquido, composto pela Arrecadação Líquida (renda bruta de bilheteria subtraída pelas despesas geradas para a realização da partida) menos o Prejuízo que o clube mandante teve em algum jogo (quando o dinheiro da bilheteria não cobriu as despesas). Já os valores para a realização desta conta foram retirados dos Boletins Financeiros de cada partida, divulgados no site da Federação Mineira de Futebol.

** O valor líquido gerado pelo jogo entre Cruzeiro e Uberaba, no Estádio Mineirão, válido pelo Estadual de 2010, foi calculado por aproximação tendo como base o público pagante e a renda informados no site oficial do Cruzeiro, na seção Fichas Técnicas. Isso porque a FMF não divulgou o Boletim Financeiro deste jogo.