Quando Chelsea e Bayern de Munique eliminaram Barcelona e Real Madrid, respectivamente, confesso que gostei. Fugir da lógica no futebol sempre é bom. Mesmo porque pensei que os Blues sairiam mais para o jogo diante dos alemães, encarando de igual para igual, pois o Bayern não é um Barça. Mas não foi o que aconteceu.
O Chelsea não deixou o Bayern jogar, mas também não atacava. Quem assistiu à partida somente após a segunda metade da etapa final deve ter pensado que foi um jogaço. Pelo contrário, não perdeu nada. O primeiro tempo foi de doer. E o segundo só melhorou após o gol de Müller, para os Bávaros, já aos 37 minutos.
A prorrogação ficou marcada apenas pelo pênalti desperdiçado por Robben, que o excelente goleiro Petr Cech defendeu. Aí vieram as cobranças de penalidades que, por si só, dão emoção a um jogo fraco tecnicamente.
Chelsea conquistou o inédito título da Liga dos Campeões da Europa (Foto: Getty Images) |
Depois de assistir à decisão da Liga dos Campeões deste sábado, me arrependi pelo jogo final não ter sido entre os dois maiores clubes da Espanha. Não que Barcelona e Real pudesse ser muito mais emocionante e melhor de se ver. Não dá para afirmar isso. Mas com certeza não teríamos apenas uma equipe atacando a maior parte do tempo.
Mais uma vez, Roberto Di Matteo colocou o Chelsea retrancado, assim como nas duas partidas da semifinal diante do Barça. Por isso, os Blues só foram ter um escanteio a favor, por sinal o único da equipe na partida, aos 42 minutos do segundo tempo, quando marcou o gol com Drogba. Já o Bayern cobrou 20. Enquanto os Bávaros finalizaram 26 vezes, os ingleses o fizeram apenas sete, de acordo com as estatísticas oficiais da UEFA.
Alguns podem dizer que devemos parabenizar a eficiência do Chelsea. Tudo bem, respeito. Assim como respeitei a forma dos ingleses jogarem diante dos blaugranas. Porém, é um tipo jogo que se torna ruim de assistir.
Com futebol feio, a Grécia conquistou a Eurocopa, em 2004 (Foto: Getty Images/Laurence Griffiths) |
A conquista do Chelsea faz lembrar muito o título da Grécia, na Eurocopa de 2004. Uma equipe que jogava feio, bem fechado atrás e saía nos contra-ataques, mas que levantou o inédito troféu da Euro. No entanto, na comparação dos jogadores que se destacaram, a retrancada equipe grega teve mais.
Enquanto time campeão do Chelsea se resume ao goleiro Petr Cech e ao atacante Drogba, na campanha da Grécia se destacaram o goleiro Nikopolidis, os meio-campistas Katsouranis e Karagounis, e o atacante Charisteas.
Por isso, a meu ver, o Chelsea ficará marcado na história da mesma maneira que a Grécia ficou quando foi campeã da Eurocopa’2004 diante de Portugal, coincidentemente, o dono da casa na oportunidade, bem como foi o Bayern de Munique.