terça-feira, 23 de agosto de 2011

Os mais regulares do Brasil: pra melhor ou pra pior

A péssima campanha dos times mineiros no Campeonato Brasileiro deste ano é de se assustar, principalmente se tratando de Atlético e Cruzeiro, e levando-se em conta que a Raposa quase sempre regula nos pontos corridos. Em um levantamento feito pelo Tabelinha E.C, a equipe celeste é o único clube entre os grandes do país que permaneceu pelo menos uma rodada no grupo dos quatro primeiros colocados no Campeonato Brasileiro, desde a edição de 2003. No rumo contrário, o Atlético-MG tem o recorde negativo de ser a equipe que mais figurou entre os quatro últimos da competição nacional.

Até a 18ª rodada do Brasileirão, o Cruzeiro é o segundo clube que mais permaneceu no grupo dos quatro primeiros desde o ano de 2003, com 145 rodadas. Perde apenas para o São Paulo, líder absoluto em permanência no G-4, com 181 rodadas. E em apenas três anos – justamente nas temporadas em que foi campeão brasileiro – o Tricolor Paulista acumulou 76 rodadas entre os quatro primeiros lugares. O Santos é o terceiro com 140.

A campanha irregular no Brasileiro deste ano, no entanto, traz consequências para o time celeste, que ainda não figurou no G-4 e já esteve por três rodadas na zona de rebaixamento. A troca prematura no comando técnico, a carência de um esquema de jogo, a perda da base de jogadores que era mantida desde 2008 – com as saídas de Jonathan, Henrique, Leonardo Silva e agora Thiago Ribeiro e Gil, além da contusão de Wallyson – e a falta de opções nas laterais e no ataque, prejudica a campanha celeste no Brasileirão de 2011.

Ranking mostra os clubes que permaneceram no G-4
por mais tempo na 'Era dos Pontos Corridos'

Justamente no ano que Zezé Perrella anuncia que desistiu da reeleição e põe fim à dinastia Perrella no Cruzeiro, após 17 anos. Passa a impressão de que o atual presidente celeste está ‘lavando as mãos’ para a campanha deste ano porque na temporada seguinte o problema estará nas mãos de outro.

E se o título está praticamente descartado, a vaga para a Copa Libertadores – em que o clube participou das últimas quatro edições – também fica mais distante.

Números negativos do Atlético-MG

A falta de planejamento nas três últimas gestões do Atlético-MG (Ricardo Guimarães, Ziza Valadares e Alexandre Kalil), expõe o alvinegro das Minas Gerais aos piores números do Brasileirão, desde 2003. O Galo amarga o 11º lugar no ranking dos times que mais figuram no G-4, com apenas 41 aparições.

Foi o terceiro pior desempenho entre os grandes do Brasil, só ficando à frente de Atlético-PR e Vasco. A campanha de 2009 foi o que impulsionou o Galo para não ficar com a mais discreta performance entre todos. Naquele ano, foram 24 rodadas entre os quatro primeiros.

Na lista com os treze clubes que mais rodadas permaneceram na zona de rebaixamento, desde a edição de 2003, o Atlético-MG está no topo, com 80 rodadas. Não é à toa que o clube mineiro, que já caiu para a Série B em 2006, corre sério risco de ser o único clube grande a ser rebaixado pela segunda vez na história. E em tão pouco tempo. O Atlético-PR vem em seguida com 71 presenças no Z-4, enquanto o Fluminense aparece em terceiro com 62 rodadas.

Ranking mostra os clubes que permaneceram no Z-4
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No período de 2003 a 2011, a direção do Atlético-MG inundou o clube com várias contratações e não manteve uma base de jogadores. O que pode ser a principal justificativa para tantos números ruins entre os times grandes do país.

Desde a primeira edição do Brasileirão com pontos corridos, o clube que menos rodadas esteve no Z-4 é o arquirrival do Atlético-MG. O Cruzeiro figurou apenas seis rodadas entre os quatro últimos do Brasileirão. O Internacional vem em seguida, com sete aparições, e depois o São Paulo, com dez rodadas na zona de rebaixamento.

Claro que esses números negativos deixam de ser motivo de orgulho para cruzeirenses, colorados e são-paulinos. Mas serve como inspiração para a realização um trabalho pensado ao longo dos anos, com coerência, contratações pontuais e manutenção de elenco.

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