sexta-feira, 18 de março de 2011

Tradição e algo a mais


Disputar uma Copa Libertadores requer tradição da equipe na competição e, muito mais do que isso, uma dose extra de vontade e inteligência, além da experiência dos jogadores. O que estamos vendo na edição 2011 é uma prova. Cruzeiro (com 12 participações), Internacional (com nove) e Grêmio (com 13) estão bem nos seus grupos e vão passar sem problemas para as oitavas-de-final.

Além do número de participações, os três clubes têm jogadores “rodados” na Libertadores e sabem atuar em jogos sul-americanos. A soma destes conjuntos faz o sucesso de um time na competição. A Raposa tem uma base montada desde 2008, quando chegou à final do torneio. O time mineiro disputa a quarta Libertadores seguida e tem atletas como Fábio e Marquinhos Paraná. Cada um já disputou 40 jogos pela competição internacional. Além de Victorino, Montillo e Thiago Ribeiro que também possuem experiência.

O Internacional aparece com Sorondo, Kléber, Bolatti, Guiñazu, Tinga, Rafael Sóbis e Cavenaghi que já disputaram muitas Libertadores e “seguram a onda” de jovens como o promissor Leandro Damião.

O Grêmio conta com menos atletas experientes em Libertadores, o que faz o time sofrer um pouco na fase de grupo. Os que mais jogaram a competição foram Gabriel e Borges, porém a tradição da camisa entra em campo e, mesmo com time mais fraco em relação a Cruzeiro e Internacional, o Tricolor Gaúcho surpreende, pois sabe jogar a Libertadores.

Com relação a Corinthians, Fluminense e Santos não podemos dizer o mesmo, apesar de o Peixe contabilizar 11 participações na Libertadores e o Timão oito, ambas as equipes não têm jogadores que saibam atuar na competição internacional.

Apesar de renomados, Ronaldo só jogou a Libertadores em 1994 pelo Cruzeiro, e Roberto Carlos apenas duas vezes, em 1994 e 1995 pelo Palmeiras. Foram para a Europa muito cedo e, pelas declarações recentes, parece que “desaprenderam” a jogar o torneio.

R9 e RC3 são tão inocentes quanto à Libertadores que, ao final do Brasileirão ano passado, declararam à imprensa que o Tolima não seria problema e que o Corinthians estaria na fase de grupos. Prepotência, salto alto ou desconhecimento do que é o futebol sul-americano?

O Santos tem Neymar e Paulo Henrique Ganso. Mas é a primeira Libertadores que os dois jogam e os mais velhos, como Elano, Edu Dracena e Jonathan, deveriam ajudá-los na forma de disputa que é totalmente diferente dos campeonatos do Brasil.

Os clubes devem aprender a jogar torneios sul-americanos para depois almejar alguma coisa.

O mesmo vale para o Fluminense. A pífia campanha pode ser resumida pela falta de traquejo em jogos de Libertadores. Em toda a história, o clube das Laranjeiras participou de quatro edições e ainda não aprendeu como atuar contra adversários de outros países.

Um comentário:

Norsk A. Angel disse...

Como ponderado na postagem, a presença seguida de clubes como o Cruzeiro é a principal razão para o aprendizado sobre a Libertadores. Não é a única explicação, mas ajuda a entender porque, por exemplo, o Tricolor Paulista sempre alcançava, e com chances de conquista, o mata-mata da Libertadores. O São Paulo disputou o torneio continental de 2004 a 2010, sete edições consecutivas. Isso, com certeza, propicia mais oportunidades para os jogadores individual e coletivamente aprenderem sobre o espírito do torneio.