quinta-feira, 8 de março de 2012

Chega de preconceitos... na sociedade e na mídia esportiva

Foto: Agência EFE

Nunca falei sobre racismo no esporte, pois acho que a mídia esportiva não deveria dar espaço a acontecimentos que envolvam esse tipo de preconceito. Mas, ultimamente, o tema tem extrapolado o bom senso. Claro que o assunto deve ser apontado e debatido exaustivamente. Porém, não é papel da imprensa dita Esportiva fazê-lo. Vamos deixar para outras áreas do jornalismo.

É inacreditável a que ponto chegou o caso envolvendo o oposto Wallace, do Sada Cruzeiro. O grito de “macaco” vindo de uma torcedora do Vivo-Minas ganhou mais destaque em jornais, televisões, rádios e Internet do que a excepcional vitória da equipe da casa, que perdia por 2 sets a 0 e virou para 3 a 2. Assim como foi deixado de lado as grandes atuações do central Acácio e do levantador William, do Cruzeiro, e do central Henrique e do oposto tcheco Filip, do Minas.

Caso aconteça outro caso de racismo em qualquer outro esporte, penso que nós (a imprensa) deveríamos ignorar o fato e relatar apenas o ocorrido no âmbito esportivo. Pessoas que invadem campo de jogo ou praticam atos racistas querem somente aparecer. Então, não deixemos que eles ganhem destaque por ações lastimáveis. No caso desta “torcedora” do Minas, a infratora acabou se vangloriando dos 15 minutos de fama que teve. Era isso que ela desejava e, infelizmente, foi o que teve.

Durante alguns dias, ela deve ter achado o máximo o fato de sua voz ecoar por vários canais de TV, sem ao menos ter sido identificada pela polícia. Dos vários programas esportivos que vi nos dois dias subsequentes à partida, a única televisão que não deu brecha para o assunto foi a Rede Minas.

No entanto, eu apurei que a emissora noticiou apenas o grande triunfo minastenista porque a equipe de reportagem que estava no ginásio não gravou o trecho do jogo em que ocorreu o fato, senão teriam abordado o assunto também.

Na temporada passada da Superliga Masculina, Michael, central do Vôlei Futuro, foi vítima de homofobia por parte da torcida do Sada Cruzeiro. O jogador foi entrevistado (e exposto) por vários veículos de comunicação em detrimento às grandes exibições proporcionadas pelas duas equipes que disputavam uma vaga na final do torneio.

Já que os fatos foram expostos e discutidos pela mídia, daqui para frente, vamos falar exclusivamente de como foi a partida de vôlei, futebol ou basquete sem mencionar fatores extra-campo e extra-quadra. Podemos copiar a maioria das emissoras de televisão da Europa.

Quando há invasão de campo nas partidas de futebol, imediatamente o diretor de TV corta para outras imagens que não seja a do invasor. Mostram a torcida presente no estádio e repetem alguns lances do jogo. Tudo com a intenção de não dar crédito e os 15 segundos de fama para o delinquente, justamente o que ele deseja.

Quem ganha é o esporte, pois racismo ou qualquer outro tipo de preconceito é assunto para o caderno de polícia, não o de esporte. Por isso, é a primeira e última vez que falo sobre isso.

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